Pesquisar
Close this search box.

 NOTÍCIAS 

Nota de pesar pelo falecimento de Álvaro Hideyoshi Matida

Comunicação Abrasco

É com muito pesar que a Abrasco comunica o falecimento de Álvaro Hideyoshi Matida, ocorrido nesta quarta-feira (6/4), no Rio de Janeiro. Matida se dedicou intensamente à nossa entidade entre 1997 e 2009, quando foi secretário-executivo (2000-2009) e secretário-executivo adjunto (1997-2000). Além de sua atuação junto à Abrasco, Matida foi um importante sanitarista brasileiro e deixou sua marca nas pesquisas sobre AIDS no país e na história da Fiocruz.

Neste momento de tristeza, a Abrasco se solidariza com amigos e familiares, em especial com Lenira Zancan, esposa de Matida. 

Confira alguns depoimentos de companheiros de Matida:

Paulo Buss: Álvaro Matida foi uma das pessoas mais importantes para a saúde pública brasileira. Ele foi secretário executivo da Abrasco em um momento crítico para a consolidação da Associação. Ele de fato é uma pessoa que com sua simplicidade, um silêncio, uma forma delicada de agir com tudo, foi o grande motor de quase todos os Congressos da Abrasco enquanto esteve na Secretaria Executiva. Ele coordenava o trabalho das comissões da Abrasco sempre com um sorriso, sempre procurando resolver as coisas, nunca complicando ou levantando dificuldades. O Álvaro tinha prazer em servir. E isso é uma das coisas mais bonitas dos seres humanos e da Saúde Pública, pois somos um serviço à serviço do público. Esse companheiro vai nos fazer muita falta. quero homenageá-lo lembrando sempre de uma coisa que ele dizia quando nós o cumprimentávamos: Firme! Esse firme com um “R” forte, do Paraná, de onde ele veio. Querido Álvaro, muitas saudades. Um Abraço imenso à Lena, ao Tito e às filhas do Álvaro. Tenho certeza que encontrarão consolo na linda vida que o Álvaro viveu e na sua contribuição para  transformar o mundo em algo mais suave, melhor de viver por todo o trabalho que ele fez em prol da Abrasco e de toda a saúde brasileira. 

Paulo Gadelha: Matida é um grande amigo e companheiro de toda a trajetória de vida, de projeto, sonhos e realizações. Ele sempre com  humor, doçura e comentários irônicos, era uma presença muito querida. Presença também muito forte na Abrasco, e além da Abrasco, sua teve importante contribuição no campo da AIDS, e na Fiocruz. Alguém que nos deixa muita falta. Acho que Matida soube, como poucos, acompanhar a vida, mesmo em suas adversidades, de forma muito generosa, muito humana. E que nos trouxe muitos ensinamentos. Saudade, grande amigo e companheiro. 

Luiz Augusto Facchini: É com muita emoção que registro minha imensa tristeza com a notícia da perda de Álvaro Matida, meu querido amigo e secretário executivo da ABRASCO no período de 2003 a 2009. Álvaro foi meu conselheiro pessoal no período que participei da vice-presidência e depois da presidência de nossa entidade. Ele foi uma das lideranças mais importantes na internacionalização da ABRASCO. Promoveu nossa presença na América Latina e em todo o mundo, principalmente junto a World Federation of Public Health Association. Álvaro gostava do trabalho coletivo, de organizar grupos e incentivar ações da comunidade de sanitaristas, cujos braços e corações movimentam a ABRASCO. Obrigado Álvaro por seus ensinamentos. A ABRASCO, o SUS e a Saúde Coletiva são maiores e melhores graças à você, que permanece vivo em nossa história.

Moisés Goldbaum: É com muita tristeza que recebi a notícia do passamento do querido companheiro Álvaro Matida. Tive, entre outros, o privilégio de trabalharmos juntos, ele na qualidade de secretário executivo da ABRASCO, enquanto estive presidente da nossa associação. Sua competência, dedicação, generosidade, marcas da sua personalidade que pude acompanhar, permitiram, durante toda a sua trajetória, a expansão da já consolidada ABRASCO na defesa e na luta por conquistas na saúde de nossa população. Permitiram, igualmente, que o reconhecimento internacional da entidade se tornasse uma realidade. Sua dedicação ao trabalho comprometido com as causas sociais seguiram da mesma forma nos espaços que ocupou posteriormente. Sua memória serve de exemplo a todos nós, das diferentes gerações, visando a dar seguimento e consequência às lutas no combate às iniquidades sociais existentes. ÁLVARO MATIDA PRESENTE.

Péricles Costa: Tive a felicidade de conhecer Álvaro Matida (Zé) em meados de 1980, quando trabalhou como sanitarista em projetos comunitários da Maré, no Rio de Janeiro. À época, com Joaquim Cardoso de Melo, seu compadre, desenvolvemos atividades de educação e saúde em escolas públicas deste Estado. Posteriormente, Matida implantou e coordenou o Programa de Aids da SES/RJ. Passados anos, transferiu -se para a Secretaria Executiva da Abrasco, onde desenvolvemos inúmeros projetos que muito contribuíram para a consolidação da nossa Associação. Nos últimos anos, a convite de Paulo Buss, atuou no Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz. Um amigo amoroso, gentil e bem humorado como ninguém, Zé espalhou alegria pela vida e nos deixa uma saudade sem fim.

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro: É com profunda tristeza que a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro comunica a morte do médico sanitarista Dr. Álvaro Hideyoshi Matida, de 66 anos. Álvaro Matida, servidor público da Secretaria de Estado de Saúde, foi um dos precursores do enfrentamento da epidemia de HIV e AIDS no país, estruturando o programa estadual em 1985. Graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1978), especialista em Ciências Aplicadas à Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Fiocruz (1981) e Doutor em Saúde Pública – Epidemiologia Geral pela Escola Nacional de Saúde Pública Fiocruz (2003), Matida foi responsável pela estruturação e implementação da Política e do Programa de Aids do Estado do Rio de Janeiro, e Coordenador estadual no período de 1985 até 1999.
Nessa época, antes das possibilidades de tratamento, as ações engendradas por Matida estavam ancoradas no permanente esclarecimento sobre o novo agravo que acometia gravemente tantas pessoas, e, principalmente, estabelecendo diálogos com vários setores da sociedade para o enfrentamento de estigmas e preconceitos vivenciados pelas pessoas que viviam com HIV/AIDS . Organizou a Comissão Estadual de AIDS, instância que reuniu várias personalidades importantes da época, profissionais de saúde (principalmente dos hospitais universitários que naquele momento eram os únicos locais de atendimento) e organizações da sociedade civil que estavam se organizando também em torno do enfrentamento da epidemia.
No cotidiano, à frente da liderança do Programa estadual, sempre brindava a equipe com tiradas inteligentes e esperançosas:
“Tudo bem, Álvaro?”
“Firme como palanque no brejo!”, respondia sempre com um largo sorriso.
A todos com quem trabalhou, ensinou na prática que o enfrentamento da epidemia de HIV/AIDS não se resumia somente às pessoas afetadas, mas, era uma questão de toda sociedade. Não se tratava somente de um agravo para ser enfrentado, mas, sim, uma oportunidade de se olhar e construir estratégias de fortalecimentos de laços solidários, e reconhecer os conhecimentos originários tanto da academia como das práticas de ONGS.
A contribuição de Álvaro Matida para a construção de uma política voltada para o fortalecimento do direito à saúde, da participação, da informação e do respeito às pessoas é a base dessa Política até hoje.
Álvaro Matida foi Secretário Executivo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), no período de 1997 à 2009, destacando-se pelo trabalho de estruturação da organização. Vinha atuando como Assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (CRIS/FIOCRUZ). Sua trajetória de vida e produção científica se destacam, deixando uma inestimável contribuição à saúde pública.
Constitui um legado de sabedoria, empatia, esperança e compromisso com as pessoas e suas vidas.
Nossas homenagens, respeito e carinho.
Viva a Vida! Viva Álvaro Matida.
Todos aqueles que trabalharam com Matida ou tiveram a chance de conhecê-lo, seguirão firmes, como palanque no brejo!

Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS: É com profundo pesar que a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) recebeu a notícia da morte do médico sanitarista Álvaro Hideyoshi Matida, 66 anos, um dos precursores do enfrentamento da epidemia de HIV e AIDS no país. O falecimento ocorreu na quarta-feira (06/04). Álvaro Matida era servidor público da Secretaria de Estado de Saúde e ajudou a estruturar o programa no estado em 1985. Foi também Secretário Executivo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), no período de 1997 à 2009. Recentemente, atuava como assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (CRIS/FIOCRUZ).

Para a ABIA, o médico sanitarista deixa um legado inestimável para a saúde pública. “Ele foi uma pessoa muito generosa. Lutou para criar um programa de AIDS para o estado num período que quase ninguém na SES-RJ se importava com a epidemia. Depois, como secretário executivo da Abrasco se destacou na construção desta instituição. Uma grande perda”, lamentou o diretor-presidente da ABIA, Richard Parker.

Já o vice-presidente da ABIA, Veriano Terto Jr., enfatizou a generosidade de Matida com o movimento social de AIDS. “ Triste notícia! Acho que Matida fez o que pôde dentro da estrutura arcaica e coronelista do estado do Rio de Janeiro. Nos últimos anos, travava uma dura luta por sua saúde e por sua vida. Sempre foi muito atencioso com a ABIA e com as ONGs. Ele participou de várias das nossas atividades. Faz parte da geração de ouro da saúde pública brasileira, aquela da Reforma Sanitária e da criação do SUS”, lembrou Terto Jr.

Um dos legados de Matida foi enxergar uma das muitas lições da epidemia de HIV/AIDS: para além de ser um agravo a ser enfrentado, é uma oportunidade de olhar para o outro e construir estratégias para o fortalecimento de laços solidários.

ABIA expressa seus profundos sentimentos aos amigos e familiares de médico sanitarista Álvaro Hideyoshi Matida.

Associe-se à ABRASCO

Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Pular para o conteúdo