A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) expressa profundo repúdio e indignação frente ao brutal assassinato de Santrosa, mulher trans, cantora e suplente de vereadora em Sinop (MT). Este crime transfóbico e violento revela, novamente, a persistente vulnerabilização das pessoas trans no Brasil, exacerbada pela violência política que tenta silenciar suas vozes e apagar suas existências.
Santrosa era uma líder e defensora de políticas culturais para comunidades periféricas, além de ser uma figura inspiradora para a população LGBTQIA+. Seu brutal assassinato representa não apenas uma perda pessoal, cultural e política, mas também um ataque à luta por direitos e por representatividade política, desumanizando vidas que dedicam-se a construir uma sociedade justa e inclusiva.
A Abrasco reitera que a violência contra pessoas trans é uma questão de Saúde Coletiva urgente. A insegurança, a discriminação e o preconceito têm um impacto devastador na saúde mental, física e emocional dessas pessoas. Reforçamos a necessidade de ações imediatas para garantir a segurança de lideranças trans e LGBTQIA+, incluindo o fortalecimento de políticas públicas voltadas à prevenção da violência e ao combate à transfobia.
Exigimos que as autoridades locais e federais investiguem este crime com rigor e agilidade, responsabilizando os culpados. Instamos o Ministério Público Estadual do Mato Grosso, o Ministério Público Federal, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e seus órgãos vinculados e o Congresso Nacional a adotarem políticas afirmativas e mecanismos de proteção efetivos para pessoas LGBTQIA+ que ocupam espaços políticos.
Em solidariedade à família, aos amigos e à comunidade que Santrosa representava, reafirmamos nosso compromisso em denunciar e combater toda forma de violência de gênero e transfobia.
Que a memória e o legado de Santrosa inspirem a continuidade da luta pela vida, dignidade e direitos de todas as pessoas LGBTQIA+ no Brasil.