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Nota do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF) repudia apagão de dados

Informações em Saúde são cruciais para tomadas de decisão no enfrentamento da pandemia Foto: Marcelo Seabra/Ag. Pará

 

Em nota divulgada no dia 9, professores, pesquisadores e técnicos do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense, se manifestam contrários ao ocultamento e manipulação de dados públicos, posição adotada por diversos gestores, no contexto da pandemia da Covid-19. “Dados de interesse à saúde da população, como as notificações de casos, óbitos, internações e leitos relacionados à Covid-19, devem ser de domínio público e disponibilizados de forma completa e irrestrita, mantendo a confidencialidade dos pacientes”, enfatiza a nota.

Acesse a nota emPDF.

Nota oficial do Instituto de Saúde Coletiva/ UFF sobre a recente ocultação de estatísticas da pandemia de COVID-19 no Brasil

Infelizmente, o Brasil tem se destacado na mídia internacional por ter se tornado o epicentro da pandemia de COVID-19 na América Latina. Com a pandemia ainda em ascensão, causa-nos muita preocupação a forma de enfrentamento adotada por diversos gestores nos níveis nacional, estadual e municipal. Dados de interesse à saúde da população, como as notificações de casos, óbitos, internações e leitos relacionados à COVID-19, devem ser de domínio público e disponibilizados de forma completa e irrestrita, mantendo a confidencialidade dos pacientes. Assim, as instituições de pesquisa poderão, de forma transparente e eficiente, contribuir com o processamento das informações e análises necessárias para a prevenção e o enfrentamento da doença. Tais informações são cruciais para as tomadas de decisão sobre possíveis flexibilizações, que devem ser planejadas de forma gradual, segura, responsável e transparente, sempre no sentido de evitar novos casos e, principalmente, mais óbitos. A divulgação transparente e completa dos dados oficiais é fundamental para esse enfrentamento tanto no nível nacional como internacional, já que os países se baseiam em experiências de diferentes fases da doença para mitigar o atual cenário e evitar re-emergência da epidemia. Conscientes das imensas dificuldades que tanto a pandemia como as medidas de isolamento impõem a todos os setores da sociedade, principalmente às populações mais desfavorecidas, entendemos que cada flexibilização proposta precisa ser adotada com muita responsabilidade, necessitando de fundamentação com todo o rigor técnico, de modo a evitar ainda mais sofrimento da população. Nós, professores, pesquisadores e técnicos do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal Fluminense, manifestamos nosso repúdio a qualquer ocultamento ou manipulação de dados de domínio público, como a ocorrência de casos e óbitos em vigência de epidemia. Reivindicamos o acesso amplo às bases de dados dos sistemas de informação – de forma não nominal, mantendo a confidencialidade – para que possamos contribuir com embasamento científico na análise transparente e técnica do comportamento da COVID-19 e de qualquer outro agravo.

Niterói, 09 de junho de 2020

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