Os investimentos em pesquisa e pós-graduação são estratégicos para o desenvolvimento social e econômico de nosso país, e para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
O campo da Saúde Coletiva alcançou importante crescimento nas últimas décadas, tanto no número de programas quanto no de alunos titulados. Sem dúvida, o financiamento dos programas pela CAPES foi central para os resultados obtidos, que incluíram a diminuição das disparidades regionais na distribuição dos programas de pós-graduação.
A recente e trágica notícia do corte de 75% no valor das verbas PROAP e do PROEX, principais fontes de financiamento dos programas de pós-graduação, deixou nossa comunidade científica estarrecida e gravemente preocupada com o futuro da pós-graduação no nosso país. A implementação deste corte levará à paralisação de muitas de nossas atividades este ano, o que certamente continuará repercutindo negativamente no futuro.
O corte também inviabilizará a participação de membros externos aos próprios programas nas bancas, comprometendo a qualidade desta atividade. Tal fato agravará as desigualdades regionais e intra-regionais, uma vez que programas localizados nas grandes capitais do sudeste terão melhores facilidades para organizar bancas com membros externos sem despesas com passagens e diárias.
É inaceitável que o ajuste fiscal em curso no nosso país afete tão duramente os setores sociais, no presente caso o sistema educacional da pós-graduação. Solicitamos ao Ministério da Educação, bem como ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação a reversão desta medida.
Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco
Fórum de Coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva