Depois de iniciada a vacinação no Brasil, há seis meses, estamos com apenas 24% (38,9 milhões) da população com o esquema de vacinação completa (uma dose da vacina da Janssen ou duas doses das demais), baixa cobertura e com grande disparidade entre homens e mulheres, raça e entre áreas geográficas, concomitante a um ambiente de alta disseminação do coronavírus.
Estamos diante de um enorme desafio de enfrentar a pandemia e controlar a Covid-19, com a escassez de vacinas, o que nos exige medidas capazes de diminuir o mais rapidamente a transmissão na população. Diante disso, o controle pelo critério com base na perspectiva individual de faixa etária e comorbidade são medidas insuficientes para diminuir a transmissibilidade e contágio coletivo. Portanto, o critério epidemiológico mais adequado é a exposição coletiva e os grupos com maior risco.
Para isso é indispensável a implantação de um plano capaz de vacinar de imediato as pessoas mais expostas ao risco de se contaminarem e que são as mesmas que formam cadeia de transmissão, com ações de vigilância epidemiológica baseadas no controle e bloqueio da cadeia de transmissão do SARS-CoV-2 nas populações.
Atualmente, há evidências científicas que a população com maior exposição ao SARS-CoV-2 são os trabalhadores que ficaram impedidos de exercer o distanciamento físico – seja porque pertencem aos grupos ocupacionais considerados essenciais, seja porque são trabalhadores que precisaram ficar em atividade presencial para garantir a sobrevivência devido à ausência de políticas sociais que lhes apoiem o suficiente para poderem se isolar.
Essa estratégia é fundamental, também, para o controle da cadeia de disseminação de novas variantes com sucessivas ondas da COVID-19, para a qual se impõe a prioridade da vacinação de trabalhadores mais expostos que trabalham em atividades essenciais que não param nunca. Então, quanto mais demorar a vacinar os expostos no trabalho maior será o crescimento de infectados por esses centros de contágio.
O SUS é o único sistema cuja estrutura da Atenção Básica tem condições de organização de ação de vigilância de impacto no território, a partir de unidades móveis de vacinação a todos os locais de trabalho, com priorização aos serviços essenciais e aos trabalhadores.
Diante disso, propomos ao PNI, complementar a priorização de faixa etária o critério de exposição e risco populacional de base ocupacional e base comunitária, que inclui a operacionalização da vacina por território com maior prevalência de exposição/casos, aliados ao monitoramento dos índices de infectados com testagem em massa com implementação da política nacional de vigilância em saúde.
Entidades signatárias:
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ECONOMIA DA SAÚDE (ABRES)
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM (ABEN)
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA MULTIDISCIPLINAR DE ESTUDOS SOBRE DROGAS (ABRAMD),
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÉDICAS E MÉDICOS PELA DEMOCRACIA (ABMMD)
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA (ABRASCO)
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE MENTAL (ABRASME)
- ASSOCIAÇÃO JUÍZES PELA DEMOCRACIA (AJD)
- ARTICULAÇÃO NACIONAL DE LUTA CONTRA AIDS (ANAIDS)
- ASSOCIAÇÃO NACIONAL VIDA E JUSTIÇA EM APOIO E DEFESA DOS DIREITOS DAS VÍTIMAS DA COVID, ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO (ASERGHC),
- ASSOCIAÇÃO DE VÍTIMAS E FAMILIARES DE VÍTIMAS DA COVID-19 (AVICO BRASIL)
- BRCIDADES
- CENTRAL DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS DO BRASIL (CTB),
- CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS DE SAÚDE (CEBES)
- CENTRO DE CONVIVÊNCIA É DE LEI CENTRO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DO IMIGRANTE (CDHIC),
- COLETIVO DE MULHERES DA FIOCRUZ, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS URBANITÁRIOS (CNU)
- CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES (CUT)
- DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTUDOS E PESQUISAS DE SAÚDE E DOS AMBIENTES DE TRABALHO (DIESAT)
- FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ARQUITETOS E URBANISTAS (FNA) FEDERAÇÃO NACIONAL DOS FARMACÊUTICOS (FENAFAR)
- FEDERAÇÃO NACIONAL DOS PSICÓLOGOS (FENAPSI)
- FEDERAÇÃO NACIONAL DOS URBANITÁRIOS (FNU)
- FÓRUM ACIDENTES DO TRABALHO (FORUMAT)
- FÓRUM GAÚCHO DE SAÚDE MENTAL FÓRUM NACIONAL DE RESIDENTES EM SAÚDE (FNRS)
- FÓRUM SINDICAL E POPULAR DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA (FSPSST)
- FRENTE NACIONAL EM DEFESA DO SUAS E DA SEGURIDADE SOCIAL GRITO DOS EXCLUÍDOS CONTINENTAL GRUPO DE ENSINO E PESQUISA EM EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DA UERJ (GEPEC)
- INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO URBANÍSTICO (IBDU) INSTITUTO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (IDEC)
- INSTITUTO DE DIREITO SANITÁRIO (IDISA)
- INSTITUTO DE ESTUDOS, FORMAÇÃO E ASSESSORIA EM POLÍTICAS SOCIAIS (PÓLIS)
- JUBILEU SUL BRASIL LABORATÓRIO DE DIREITOS HUMANOS DA UFRJ (LADIH)
- PASTORAL FÉ E POLÍTICA DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
- PASTORAL FÉ E POLÍTICA DO REGIONAL SUL 1
- PASTORAL DA SAÚDE REGIONAL SUL1/CNBB PASTORAL OPERÁRIA,
- PLATAFORMA BRASILEIRA DE POLÍTICA DE DROGAS (PBPD)
- POVAREU SUL EIXO PELOTAS/RS,
- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
- REDE BRASILEIRA DE COOPERAÇÃO E EMERGÊNCIA (RBCE)
- REDE BRASILEIRA DE REDUÇÃO DE DANOS E DIREITOS HUMANOS (REDUC)
- REDE NACIONAL DE MÉDICAS E MÉDICOS POPULARES (RNMMP)
- REDE SOLIDÁRIA EM DEFESA DA VIDA DE PERNAMBUCO (REDESOLPE)
- REDE DE INFORMAÇÕES E COMUNICAÇÃO SOBRE A EXPOSIÇÃO DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS AO SARS-COV-2 NO BRASIL (ENSP/FIOCRUZ)
- SINDICATO DOS FARMACÊUTICOS NO ESTADO DO RS (SINDIFARS)
- SINDICATO DOS PROFESSORES DA REDE PRIVADA DO ABC (SINPRO-ABC)
- SINDICATO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM, TÉCNICOS, DUCHISTAS MASSAGISTAS E EMPREGADOS EM HOSPITAIS E CASAS DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL (SINDISAÚDE-RS)
- SINDICATO DOS TRABALHADORES DA FIOCRUZ (ASFOC)
- SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE FORQUILHINHA E REGIÃO (SINTIACR)
- SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA PURIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E EM SERVIÇOS DE ESGOTO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (SINDIÁGUA/RS)
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE BIOÉTICA (SBB) SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (SBMFC)
- TRABALHADORES PELO SUS, UNIÃO NACIONAL POR MORADIA POPULAR (UNMP)
- FMUSP/EDITH SELIGMANN SILVA (MÉDICA DOCENTE APOSENTADA DA FMUSP)