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Núcleos da luta antimanicomial promovem ato nacional contra Valencius Wurch

Diante da intransigência do ministro Marcelo Castro em manter e oficializar a posse Valencius Wurch Duarte Filho, ex-diretor técnico da clínica manicomial Doutor Eiras de Paracambi, no Estado do Rio de Janeiro, para a chefia da Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde (CGMAD), os núcleos do movimento antimanicomial de diversos estados estão organizando caravanas para Brasília para uma semana de atividades junto com o movimento de ocupação do gabinete, que nesta segunda-feira, 11/01, completa 27 dias. Será o (L)oucupaBrasília, que terá como grande ato uma assembleia na porta do Ministério da Saúde, marcada para quinta-feira, dia 14, às 14 horas.

Desde a primeira reunião em que Castro anunciou sua escolha, associações do movimento da Reforma Sanitária como Abrasco e Cebes e demais entidades e movimentos sociais questionaram a escolha do Ministro, mostrando de diversas formas a incompatibilidade de Valencius com uma política nacional de Saúde Mental e ancorada em bases legais.

+ Leia a primeira nota pública das entidades contra a nomeação de Valencius Wurch Duarte Filho para a CGMAD/MS

+ Leia a segunda nota pública das entidades: em defesa da Reforma Psiquiátrica e de apoio ao Movimento de Luta Antimanicomial

+ Movimento contra Valencius Wurch ganha projeção internacional

Em entrevista ao portal Vi o Mundo, Ileno Costa, dirigente do Conselho Federal de Psicologia e na interlocução com o Ministério desde o primeiro momento, afirma que Castro mostra-se irredutível, tendo como plano para a área unicamente o nome de Valencius Wurch. “[O Ministro Marcelo Castro] Não se mostrou disposto a negociar nada. Só fala a mesma coisa. Nós entregamos um dossiê com mais de 100 páginas, mostrando que, desde a primeira audiência, o movimento estava crescendo, que a ocupação iria continuar e que a responsabilidade pela decisão era dele”, disse o psicólogo – Leia a matéria na íntegra. Um exemplo das palavras de Costa foi a grande mobilização para a Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em 18 de dezembro último, e que contou com a presença do próprio Valencius. O psiquiatra não teve respostas diante das críticas de pesquisadores, profissionais dos serviços, usuários e familiares e retirou-se da sessão antes do seu encerramento.

Diante do impasse, o movimento de Ocupação aposta na mobilização. “Vivemos um momento crucial em defesa da Política Nacional de Saúde Mental e dos Direitos Humanos! Uma pauta de interesse coletivo pelo fim da lógica e prática manicomial! A nova política do Ministério da Saúde e a consequentemente nomeação de Valencius representa um enorme retrocesso aos direitos adquiridos pela sociedade! Com esse grande ato vamos proteger nossas conquistas e continuar avançando na reforma psiquiátrica brasileira!”, anuncia em uma página nas redes sociais. Os interessados em participar devem procurar e/ou fazer contato com os núcleos estaduais do movimento antimanicomial e/ou com os conselhos e sindicatos de Psicologia. Os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba já confirmaram a organização de caravanas.

+ Confira abaixo o depoimento de Paulo Amarante, vice-presidente da Abrasco, em apoio ao movimento de ocupação (facebook)

 

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