A discrepância no processo de imunização entre negros e brancos tem sido pauta na imprensa brasileira. O Jornal Metro e a Rádio Brasil Atual repercutiram a pesquisa exclusiva feita pela Agência Pública sobre o tema e, ambos, conversaram com Olinda do Carmo Luiz, abrasquiana integrante do GT Racismo e Saúde e professora colaboradora da Faculdade de Medicina da USP.
Na reportagem do Jornal Metro “Duas vezes mais brancos do que negros são vacinados contra a Covid-19 no Brasil”, Olinda falou sobre as diferentes circustâncias capazes de privilegiar a população branca, inclusive, nas questões relacionadas à saúde. “A elaboração e a implantação das políticas sociais, as práticas institucionais e a herança histórica e cultural atuam de forma simultânea e articulada para favorecer um grupo racial – os brancos – em prejuízo constante de outros – os negros e indígenas. Esta dinâmica excludente pode ser observada nos indicadores sociais e de saúde”.
Durante a entrevista à Rádio Brasil Atual, a pesquisadora pontuou o problema de ter como critério a faixa etária no Plano de Imunização. “A população branca tem uma maior longevidade. Sendo assim, há mais idosos brancos que negros e isso faz com que você tenha uma maior vacinação da população branca. Outro fator [agravante], é o acesso aos serviços de vacinação. As pessoas negras moram, com maior frequência, nas periferias das cidades, onde se têm piores condições de vida e também um pior acesso aos serviços de saúde”.
A matéria é gravada diretamente dos estúdios da Rádio Brasil Atual, com transmissão via YouTube. Assista abaixo: