Reconhecer os contextos e os públicos-alvo; privilegiar uma abordagem integrada; mobilizar diferentes referenciais; abordar dimensões múltiplas; e trabalhar em colaboração com o conjunto de atores envolvidos. Com esses cinco passos, Christian Dagenais sintetizou as etapas centrais para a transferência do conhecimento entre diferentes comunidades epistêmicas, tema central do painel Internacional: A transferência/ translação de conhecimento e avaliação em saúde, realizado na Ágora Abrasco em 14 de dezembro. A sessão teve moderação de Sydia de Araújo Oliveira, pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz) e coordenação de Marly Cruz, da Escola Nacional de Saúde Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e da coordenação do GT Avaliação/Abrasco.
Para o pesquisador do grupo de pesquisa sobre transferência de conhecimentos da Université de Montreal, independentemente dos diferentes modelos de troca e assimilação entre produtores e utilizadores dos conhecimentos, um plano ou planificação desse processo é uma ferramenta importante para a efetivação e compreensão efetiva do processo.
Coube a Valéry Riddé, do Institut de Recherche pour le développement (IRD-France), fazer uma retrospectiva das ideias acerca dos estudos de implementação, sua dispersão no cenário das pesquisas mundiais, conceitos norteadores e principais teorias. “Nossas intervenções sempre se deparam com certos elementos, como contextos e atores locais, gerando variáveis de fidelidade ou adaptação. A fidelidade de uma implementação nem sempre é uma coisa boa, pois é necessário o tempo para os atores agirem, sendo importante observar a maneira como as intervenções são implementadas”.
Por fim, Marly Cruz agradeceu os convidados, o apoio da Diretoria da Abrasco, o envolvimento do Grupo Temático Avaliação em Saúde/Abrasco na organização da atividade e apoio do programa Print Capes, destacando o debate como parte de um processo de discussão contínuo que segue em curso. “O momento que vivemos, sobretudo no que diz respeito aos problemas sociais e políticos enfrentados no nosso país e que tem favorecido o aumento das iniquidades, vem apontando a necessidade de uma maior incorporação dos sujeitos, não só nos processos de construção e formação de nossas pesquisas, como também de compartilhamento do conhecimento produzido para a mudança de nossas práticas e políticas”, conclui a coordenadora do GT.
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