Luiz Augusto Facchini, presidente da Abrasco (2009 – 2012) e coordenador da Rede APS, participou de uma discussão sobre a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos para o Brasil, na internacional Al Jazeera. A conversa ao vivo aconteceu na terça-feira (4/12), e, além de Facchini, participaram o médico Paulo Abati – também do Brasil, a jornalista Nora Gámez Torres e o professor Arturo Lopez-Levy – ambos moradores dos Estados Unidos.
Para o abrasquiano, a entrevistadora Malika Bilal perguntou, inicialmente, sobre as condições de “trabalho escravo” que, segundo declarações do presidente eleito – Jair Bolsonaro – os cubanos estariam submetidos: “Temos muitos problemas com trabalho escravo no Brasil – trabalho infantil, trabalho forçado na área rural, mas os médicos cubanos não eram escravos. Era uma cooperação entre países, e eu penso que todas as regras eram respeitadas no acordo firmado entre Brasil, Cuba e a OPAS”, reforça Luiz.
» Nota Abrasco sobre a saída dos médicos cubanos do Mais Médicos
Facchini também foi questionado sobre a dificuldade do Brasil de encontrar médicos brasileiros que atuem nas zonas interioranas, como reservas indígenas e regiões ribeirinhas, e periferias de grandes centros : “Os médicos cubanos cumpriram um papel crucial no nosso Sistema Único de Saúde, melhorando o acesso às consultas médicas, aos medicamentos, diminuindo a necessidade de encaminhar usuários para especialistas – especialmente nas áreas mais remotas e pobres. Será muito difícil preencher todas as vagas rapidamente, só com os médicos brasileiros. Nós precisamos melhorar a qualidade da Atenção Primária em Saúde no Brasil , colocar em linha mais programas médicos, melhorando os currículos das faculdades de medicina, aprimorando as residências em Saúde da Família”.
Assista, no vídeo acima, ao debate completo.