Artigo publicado na revista The Lancet Global Health expõe a maior vulnerabilidade de indígenas e pobres à Covid-19. O estudo aponta que a prevalência da doença entre indígenas é de 6,4%, mais de quatro vezes maior que a prevalência em pessoas brancas (1,4%). A pesquisa realizou testagem sorológica para Covid-19 em moradores de 25 mil e 32 mil domicílios de todo país respectivamente em maio e em junho.
O coordenador da pesquisa, o abrasquiano Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas, afirmou ao site da BBC Brasil que a alta prevalência entre povos indígenas acontece devido às condições de moradia, pobreza e dificuldades no acesso à saúde. “Nosso resultado mais notável foi a concentração da alta prevalência em 11 cidades ao longo do rio Amazonas, com níveis que estão entre os mais altos já relatados em estudos populacionais. A descoberta desta alta prevalência em uma região tropical contradiz o senso comum de que continentes como a África podem estar mais protegidos contra a covid-19 por causa da altas temperaturas”, de acordo com os autores do estudo.
Outro dado revelado pelo estudo é que na parcela 20% mais pobre da população a prevalência foi de 3,7%, enquanto que entre os 20% mais ricos a taxa foi de 1,7%.