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Ciência & Saúde Coletiva – Maio 2022

Foto: Philippe Bout para Unsplash

Investigação social com qualidade e profundidade metodológica, trazendo à tona assuntos que fazem parte da vida cotidiana e dizem respeito às questões de saúde, sobre tratamentos, vivências e avaliações de serviços de saúde.  Em seu núcleo temático da edição de maio, Ciência & Saúde Coletiva apresenta alguns dos melhores estudos das edições 2020 e 2021 do Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ).

São 10 artigos que exploram diferentes aspectos do fazer e do viver saúde, todos fundamentados em metodologias qualitativas das Ciências Sociais e Humanas, trazendo realidade de diferentes populações. É o caso das mulheres que passaram por experiências próximas à morbimortalidade materna extrema (MME) na cidade de Popayán, região sudoeste da Colômbia, reportado no artigo Calidad de vida percibida y significados de la experiencia de morbilidad materna extrema: un estudio cualitativo. As pesquisadoras Natalia Chávez Narváez e Naydú Acosta-Ramírez partiram de um universo de 203 mulheres que passaram por vivências de vida e morte durante a gravidez no ano de 2014 para chegar a um grupo de 5 colombianas. Por meio de entrevistas semi-estruturadas a partir do modelo teórico Qualidade de Vida Relacionada à Saúde, elas falaram dos diversos significados que atribuíram à MME.

Já o universo das pessoas com deficiência e o papel dos profissionais do cuidado na perspectiva da promoção da saúde foram o tema do artigo Competências de promoção da saúde: em foco os usuários do projeto Praia sem Barreiras (PSB), de Fabiana Gonçalves de Mello Cahú, Fellipe Eugênio Soares Miranda, Maíra Rosa Apostolico, Ana Claudia Camargo Gonçalves Germani e Alfredo Almeida Pina-Oliveira. Na pesquisa qualitativa baseada no estudo de caso, 10 usuários do PSB realizado na Praia de Boa Viagem, Recife, (PE), de ambos os sexos, com mobilidade reduzida ou algum tipo de deficiência física e que frequentavam o projeto há pelo menos três meses foram ouvidos. Entre as percepções colhidas, os usuários avaliaram as práticas desenvolvidas pelos profissionais, tanto nos aspectos técnicos e subjetivos, bem como suas próprias emoções diante da natureza e das novas relações estabelecidas com o corpo e a saúde.

Também no campo da formação, o artigo Aprender a usar evidência na graduação em enfermagem: um contributo para a saúde coletiva debateu o processo de ensino, aprendizagem e aplicação da Prática Baseada na Evidência (PBE). A pesquisa utilizou como método o grupo focal composto por estudantes de Enfermagem selecionados de entre os que integraram o projeto Transição Segura, entre fevereiro e julho de 2019. A partir da questão de pesquisa: “Como percepcionam os estudantes da graduação de enfermagem o seu envolvimento num projeto de translação de conhecimento?” emergiram categorias de análise de conteúdo como “pertencer”, “usar evidência”, “melhorar cuidados” e “desenvolver competências”, que evidenciaram o papel positivo na participação estudantil em tais atividades.

O conjunto das contribuições mostra que a pesquisa qualitativa, quando adequadamente realizada, segue todos os protocolos exigidos para qualquer trabalho científico e apresenta aos pares e à sociedade, não uma verdade essencialista, mas uma narrativa humana e contextualizada cuja dimensão é universal, como mencionaram os sociólogos e filósofos Adorno e Horkheimer. Acesse a edição na base Scielo.

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