O Programa Cisternas, política pública construída entre a sociedade civil, representada pela Articulação Semiárido Brasileiro – ASA, e o governo brasileiro, foi aplaudido e saudado por líderes internacionais como uma das mais eficazes medidas para se combater a desertificação do solo e suas graves consequências sociais. O reconhecimento se deu na cerimônia de entrega da décima edição do prêmio “Política para o Futuro” (Future Policy Award, em livre tradução), realizada em 11 de setembro, dentro da 13ª conferência da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD/ONU), que acontece em Ordos, na China, até dia 16.
Concedido pelo World Future Council (WFC) em cooperação com a a cúpula da UNCCD/ONU, o prêmio é considerado o “Oscar das políticas públicas” e homenageia leis e práticas que combatem com sucesso a desertificação e a degradação dos solos. Os vencedores foram anunciados em 22 de agosto. O programa brasileiro ficou com o segundo lugar na premiação. O primeiro lugar ficou com o governo da Etiópia, pelo programa de recuperação da região de Tigray. Iniciativas da China, Austrália, Jordânia e Níger também foram laureadas.
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Criado em 2003 e mantido pelas gestões de Fernando Henrique, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, o Programa Cisternas, cujo nome oficial é Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais, tem como objetivo a promoção do acesso à água para o consumo humano e para a produção de alimentos por meio da interação direta com a população diretamente beneficiada, envolvendo técnicas e metodologias apropriadas. Nos últimos anos, o Programa Cisternas beneficiou mais de 1,3 milhão de famílias com as cisternas de 16 mil litros em 1.222 municípios de 14 estados. A ação é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Naidison Quintella, da coordenação nacional da ASA pelo estado da Bahia, recebeu o prêmio pela representação da sociedade civil, “numa cerimônia bonita, rica, pomposa” e que reuniu mais de 300 ministros e convidados de alto nível de nações em todo mundo, como narrou em matéria para o site da organização. “Significa um reconhecimento imenso. Isso significa que a ASA não pode abrir mão de seu projeto de convivência com o Semiárido, não pode abrir mão de trabalhar com os mais pobres, não pode abrir mão de construir com os agricultores e agricultoras, com os marginalizados, a convivência com o Semiárido. É isso que trago hoje no meu coração. É isso que aquela multidão que nos aplaudiu nos diz que nossa ação é digna de nota, nos diz que nossa ação é bonita, nos diz que nossa é boa e que nós devemos continuar a luta”, ressaltou Quintella. O governo brasileiro foi representado por Marcelo Böhlke, chefe do setor de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Leia a matéria completa no site da ASA Brasil.