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PPGs em Saúde Coletiva – capacidade de se adaptar, solidarizar e empreender sem perder a razão crítica

Uma área pujante que prontamente respondeu as demandas da sociedade brasileira tanto nos aspectos técnico-científico como no compromisso com os segmentos mais vulnerabilizados, e soube rapidamente se adequar às necessidades impostas, sem perder a criticidade. Com apresentações que mostraram um pouco do que vem sendo feito nas cinco regiões e comentadores que ressaltaram aspectos transversais, o colóquio “O papel da Pós-Graduação em Saúde Coletiva no enfrentamento à Covid-19” expôs esse cenário na tarde de 8 de setembro. A mediação foi de Sergio Peixoto, pesquisador da Fiocruz Minas, professor da UFMG e coordenador do Fórum de Coordenadores dos PPGSC.

Os docentes Maria Amélia Veras (FCMSCSP), Marina Atanaka (UFMT), Luiz Noro (UFRN) e Luiza Garnelo (ILMD – Fiocruz Amazônia) dialogaram com seus pares e apresentaram as ações desenvolvidas pelos PPG nas áreas de ensino, pesquisa, cooperação institucional, gestão acadêmica e inserção social.

No geral, os PPG em Saúde Coletiva efetivaram uma rápida migração das aulas e atividades para o ambiente virtual, ampliando prazos, adequando regras e editais e recalibrando projetos de investigação científica para dar conta desse fenômeno biomédico e social que é a pandemia de Covid-19. Integração dos docentes a comitês municipais e estaduais de enfrentamento e, participação em debates, programas televisivos e entrevistas nos veículos de imprensa e mídia, e ações de extensão articulada com os movimentos sociais compuseram o quadro, que não deixou de ter suas especificidades.

+ Veja a apresentação de Marina Atanaka, “O papel da Pós-Graduação em Saúde Coletiva no enfrentamento à COVID-19”.

O fato de concentrar cursos de mestrado profissional colocou o tema do SUS e da Atenção Primária no centro das ações dos estudantes e docentes dos PPG do Centro-Oeste envolvidos na articulação ensino-prática profissional, segundo Marina Atanaka. Ações de resistência para ‘reforçar a balbúrdia’ e valorizar a interação com segmentos mais vulneráveis foram destacados por Luiz Noro ao ressaltar as ações dos programas do Nordeste, rendendo também uma bela homenagem a Paulo Freire. 

Ações descentralizadas de capacitação de agentes de saúde indígenas para coleta de testes RT-PCR em municípios a grandes distâncias das capitais marcaram a fala de Luiz Garnelo ao comentar as atividades dos programas do Norte. “Apesar dos desafios, os PPG conseguiram mostrar maturidade responderam o desafio à altura, não pararam suas atividades, cumprindo seu papel social nesse importante momento da sociedade” concluiu Maria Amélia Veras, ao falar das atividades dos PPG do Sul e Sudeste, mas que vale para todas as áreas.

Os comentadores reforçaram a leitura. “Esse painel mostrou como os programas de pós-graduação em saúde coletiva conseguiram imprimir suas características ao travar o bom combate com essa situação tão extrema que é a pandemia. Eles se mobilizaram para atender as demandas apresentadas pela sociedade. Nunca vimos tantos colegas da área sendo convocados para falar, opinar, assessorar ações governamentais. Somos profissionais comprometidos com a produção técnica do conhecimento e com a militância no Sistema Único de Saúde e na Pós-graduação brasileira” sintetizou Guilherme Werneck, vice-presidente da Abrasco e coordenador de área da CAPES no período anterior.

Participaram também como comentadores Rita Barradas, presidente Abrasco 1996 – 2000 e com larga experiência no Sistema Nacional de Pós-Graduação; Leny Trad, integrante da atual Coordenação de área da CAPES, Rosana Onocko, Aluízio Barros, a presidente Gulnar Azevedo, Ricardo Mattos e Anya Veira, os dois últimos também coordenadores do FCPPGSC. Todos contribuíram com apontamentos em questões como a disputa de narrativas sobre a pandemia, a acelerada e necessária transformação no ensino, na pesquisa,e nas práticas de publicação dos resultados e na própria concepção e critérios de avaliação da CAPES. Assista à sessão na íntegra.

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