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PPG-SP/ENSP/Fiocruz celebra cinquenta anos com debate e inovações

Pedro Leal David, da CCI/ENSP/Fiocruz

As coordenadoras Simone Santos Oliveira, Cristiani Vieira Machado e Edinilsa Ramos de Souza com Cristina Guilam, coordenadora de pós-graduação da Fiocruz – Foto: Virgínia Damas/CCI/Fiocruz

No final do ano passado, ex-alunos, antigos e atuais coordenadores, docentes e pesquisadores da ENSP e de outras instituições se reuniram no auditório térreo da Escola para celebrar os 50 anos de seu Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Um encontro de amigos, de companheiros de luta, pessoas que têm em comum o orgulho de fazerem parte dessa história. Orgulho que se mostrou nas falas, abraços, lágrimas, no ato de sublinhar o próprio nome num grande banner com os nomes dos mais de mil e quinhentos mestres e  quase setecentos doutores que, mais do que um título, tiveram na ENSP a porta de entrada para pensar e fazer a saúde coletiva do Brasil. Uma manhã festiva, com homenagens e reflexão crítica.

+ Leia a publicação original na página da ENSP/Fiocruz e acesse a galeria de imagens

+ Entrevista Cristiani Vieira Machado:  “Continuamos na luta em prol da democracia e do SUS, apostando na formação em uma perspectiva crítica e de defesa da saúde pública e dos direitos sociais”

Não foi nos bailes da vida, como na canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, mas nas salas de aula, escritos, cursos e, principalmente, através do pensamento produzido há meio século pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da ENSP que muita gente colocou os pés na profissão, nesse caso a de sanitarista ou de profissional de saúde que pensa e age criticamente. “São 1684 mestres, 668 doutores, só no programa acadêmico”, como lembrou Cristiani Machado, atual coordenadora do programa, na mesa de abertura do evento.  “Um número surpreendente como também é impactante saber o que fazem e onde estão muitos de seus egressos, como mencionou, na mesma mesa, a presidente da Fiocruz Nísia Trindade. Pessoas que vieram de longe e que já de longe ouviam falar do programa, como o doutorando Jarbas Oliveira, que ainda na graduação em alagoas já teve contato com a produção acadêmica da ENSP. Ou ainda de mais longe, de outros países e continentes, “uma ousadia”, como chamou Cristina Guilam, coordenadora de pós-graduação da Fiocruz às várias iniciativas internacionais do programa, na América Latina e na África.

A mesa de abertura contou ainda com a fala da vice-diretora de ensino da ENSP, Lúcia Dupret, que lembrou a importância de uma formação em consonância com as lutas pela melhoria da qualidade de vida da população Brasileira.  “A formação de profissionais que tenham esse pensamento crítico, reflexivo, que lutem pelas questão de saúde da população é a nossa principal estratégia”.

E se estamos falando de um programa pródigo em formar quadros para a Saúde coletiva, há também, claro, seus filhos adotivos, como Guilherme Werneck, atual representante da área da Saúde Coletiva na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a CAPES. Apesar de ter feito oficialmente sua formação na UERJ, Guilherme lembrou emociponado dos tempos em que, terminando a faculdade, se apaixonou pela Saúde Pública, largou a residência e veio trabalhar no Politécnico. De lá, subia às quartas-feiras à noite para o castelo da Fiocruz para discutir saúde e ler clássicos como “Sobre a maneira de transmissão do cólera”, de John Snow, sob a batuta de ninguém menos do que Luís Fernando Ferreira. Na mesma mesa, que discutiu a trajetória, o cenário e os desafios atuais do programa, Roberto Medronho, atual diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, lembrou de seu mestrado na ENSP mas fez questão de citar ainda outra instituição onde se formou, a UERJ. “Cito a UERJ não por acaso, acho que temos que ser radicalmente contra esse verdadeiro genocídio cultural e científico que estão querendo perpetrar contra essa instituição, que não acabará jamais”.

Também falou a professora Cecília Minayo, ex-coordenadora do programa, que disse que encontrou nele uma casa.”Quando eu vim para a Fiocruz, achei o meu lugar. Não entendia nada de saúde, comecei a estudar aqui, porque sou socióloga, antropóloga”. Encerrando a mesa, Ednílsa Ramos de Souza, atual coordenadora adjunta do programa, ressaltou que entre os desafios estão a produção de uma pesquisa de qualidade mas também a formação de qualidade para o ensino. “Devemos estar atentos para a importância de se formar para o ensino, mesmo em um contexto adverso, como tantos que o programa já enfrentou e que está enfrentando nesse momento, com cortes de verbas para ciência e tecnologia etc.

Depois da mesa, foi exibido o vídeo comemorativo dos 50 anos do Programa, produzido pela da Comunicação Institucional da ENSP. No vídeo, ex-coordenadores e  as coordenadoras atuais abordam diferentes aspectos da trajetória e dos desafios atuais do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública.

Por fim, foram homenageados os coordenadores e funcionários técnico-administrativos  que, ao longo de 50 anos, participaram da trajetória do Programa, tendo contribuído para  a formação de mais de 1600 mestres e mais de 600 doutores em Saúde Pública. Alunos do Programa participaram da apresentação e da entrega das placas aos seguintes  homenageados (ou a seus representantes).

O evento foi encerrado com uma confraternização, em que os presentes cantaram  parabéns em torno do bolo comemorativo dos 50 anos do Programa. Também por ocasião do aniversário do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública foi lançado um livreto sobre sua trajetória, concebido e editado pela equipe de desing da CCI/ENSP.

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