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Preços extorsivos de medicamentos são pauta da TVT, que ouve a Abrasco

Bruno C. Dias, com informações da TVT

Um medicamento fundamental para o tratamento da Hepatite C chega a custar quase mil reais nas farmácias do país, enquanto o mesmo pode ser encontrado no exterior a preços ínfimos. O lucro acima da vida segue como marca da indústria farmacêutica foi pauta do telejornal “Seu Jornal”, da TVT, na última terça-feira, 7 de janeiro, numa matéria que contou com a participação da Abrasco.

A reportagem noticiou a mobilização do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e outras 9 organizações da sociedade civil que protocolaram denúncia no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Economia, contra a empresa farmacêutica Gilead, por abuso de posição dominante em relação ao medicamento sofosbuvir, solicitando a quebra de patentes para que outras empresas possam produzi-lo. Protocolada em outubro de 2019, é a primeira ação peticionada no Cade e  proposta por grupos de pacientes e consumidores que questiona os altos preços de medicamentos.

Cerca de 700 mil brasileiros estão acometidos pela Hepatite C. No entanto, menos de 25% desses pacientes conseguem se tratar com medicamentos novos e mais eficientes, segundo dados do Ministério da Saúde.

A inovação tecnológica, que deveria potencializar o efeito dessas drogas e evitar mortes por doenças tratáveis, tem sido uma falsa desculpa para as grandes indústrias do setor praticarem os altos valores e exigirem o fim do teto de preços na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial abrigado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como aponta Reinaldo Guimarães, vice-presidente da Abrasco, no artigo “Sobre o Controle de Preços de Medicamentos”, publicado no Portal Abrasco em 2 de janeiro.

A reportagem da TVT entrevistou Guimarães pela internet, que destacou essa tendência de agravamento no cenário da saúde pública. “Eles (grandes indústrias farmacêuticas) querem acabar com esse controle para uma fatia grande do mercado, que seriam esses medicamentos que dizem ter ‘inovações incrementais’ “. A matéria ouviu também Matheus Falcão, analista de saúde do Idec, e Rodrigo Pinheiro, do Fórum ONGs Aids, de São Paulo. Assista abaixo, na íntegra.

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