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Presidente da Abrasco afirma que afastamento de Jair Bolsonaro é medida de saúde pública urgente

Hara Flaeschen

“Em nome da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, peço ao senhor presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que, pela vida dos brasileiros e pela democracia, desenterre os mais de 100 pedidos de impeachment que estão em sua gaveta”, afirmou Rosana Onocko Campos, presidente da Abrasco e professora da Unicamp, na manhã desta terça-feira (10/8), durante comissão geral sobre a situação da saúde do Brasil, em debate no plenário da Câmara dos Deputados. 

A sanitarista afirmou que o Brasil está enlutado, e que de cada cinco mortes por coronavírus, quatro são evitáveis. “A pandemia seria ainda mais devastadora sem o SUS”, ressaltou. No entanto, os trabalhadores da saúde estão exaustos, não há recursos suficientes nem segurança de trabalho. Mesmo após o controle da pandemia de Covid-19, o serviço de saúde continuará sobrecarregado, lidando com as demandas de saúde represadas. Ela pontuou que é preciso garantir o financiamento do sistema, com a revogação da Emenda Constitucional 95.

Onocko também frisou que é preciso providências para garantir a saúde da população, como testagem de coronavírus em massa, isolamento social sempre que necessário e aceleração da vacinação. A ação mais urgente e eficaz para defender a saúde do povo brasileiro, no entanto, é o imediato afastamento do Presidente da República: “Enquanto milhares de trabalhadores e cientistas se esforçam para salvar vidas, enquanto milhares de famílias brasileiras não conseguem pagar o gás para preparar uma refeição decente,o presidente gasta dinheiro público passeando de motocicleta , e os tanques de guerra, poluindo o ar com os fluidos tóxicos, e insultando a democracia”, afirmou.

Edna Araújo, coordenadora do GT Racismo e Saúde da Abrasco, também esteve na audiência e convocou os deputados para a defesa das populações mais vulnerabilizadas, como pessoas negras e indígenas. Araújo ponderou que a saúde para estes grupos melhorou desde a existência do SUS, diante da pressão de movimentos sociais, mas ainda não é suficiente para garantir o direito à vida. 

“Gostaria de pedir aos senhores e senhoras que coloquem seus mandatos em prol dessas populações que estão morrendo de uma forma exagerada, não só por Covid-19. Morrem por insegurança alimentar, por não terem acesso à moradia, por terem doenças e agravos diretamente associados à pobreza. E não são pobres porque querem: essas pessoas construíram este país, e foram colocadas à margem da sociedade”, ponderou Edna. 

O debate foi convocado por 18 Deputados, e reuniu profissionais de saúde, gestores, representantes da sociedade civil e representantes do setor privado da saúde. É possível conferir a sessão completa, na TV Câmara.

Acesse o discurso completo de Rosana Onocko.

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