O presidente da Abrasco, Gastão Wagner, participou na quinta-feira, 10 de setembro, da abertura da 1ª turma do Mestrado em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia, promovido pela Fiocruz Amazônia. A cerimônia foi prestigiada ainda pelo presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha, a vice-presidente de Ensino da instituição, Nísia Trindade, o diretor do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Sérgio Luiz Bessa Luz, e a vice-diretora de Ensino da Fiocruz Amazônia, Luiza Garnelo.
O Mestrado é o primeiro promovido pela Fiocruz Amazônia e o primeiro em saúde coletiva no Amazonas. Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a iniciativa demonstra a vocação nacional da instituição em atuar no sistema de saúde. “A Fiocruz cada vez mais tem a clareza que sua razão de ser nunca pode ser só de reforço, mas sua vocação é uma vocação nacional de atuar em um sistema amplo de saúde. É através da saúde que nossa instituição pensa o País”, disse Gadelha. Ele parabenizou a Fiocruz Amazônia pela iniciativa e ressaltou os 20 anos de trajetória da Fiocruz na Amazônia. “A relação entre ensino e pesquisa é orgânica e a Fiocruz Amazônia está demonstrando isto com a inovação temática e na forma de executar ações transdisciplinares em uma área com enorme potencial de multiplicação (como a formação de recursos humanos)”, disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
A solenidade de abertura foi marcada por parabenizações ao presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), professor Gastão Wagner, que ministrou a aula inaugural do Mestrado em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia.
“Ter o Gastão como professor da aula inaugural é um privilégio. Ele é um ativista da reforma sanitária brasileira, um dos maiores professores e críticos da saúde coletiva. Para nós, tê-lo na presidência da Abrasco é uma garantia de que o pensamento crítico se manterá presente”, disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
Na aula inaugural, Gastão Wagner convidou os mestrandos a uma reflexão sobre o sistema de saúde e os conceitos referentes à saúde coletiva. “Vim aqui propor reflexões sobre a Saúde Coletiva no País. Como o sistema público de saúde nasceu? Para proteger a população de quem? O que é Saúde Coletiva? Esta Saúde nasceu para conter, regrar a ação de corporações que trazem benefícios, mas também danos à população. Se ela não tivesse sido instituída e cada pessoa fosse responsável pelas ações de saúde, geraríamos o caos”, disse.
Ele ressaltou o compromisso da Abrasco no apoio às ações da Fiocruz Amazônia e disse que a Associação apoiará, politicamente, o Mestrado em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia. “Não podemos distribuir recursos públicos com base na competição, na produtividade. Temos de começar a distribuir recursos públicos com base nas desigualdades sociais. Então, a presença da Abrasco aqui, tem esse simbolismo e esse compromisso, de lutarmos por essas mudanças. Mas vocês precisam nos ajudar a pensar a Saúde Coletiva no Brasil”, disse Gastão Wagner.
A vice-presidente de Ensino da instituição, Nísia Trindade, também ressaltou a trajetória de 20 anos da Fiocruz na Amazônia e o fato de o Instituto ser o primeiro a ofertar um Mestrado em Saúde Coletiva no Estado. “Quero externar a minha felicidade em ver esse sonho ser concretizado depois de um trabalho intenso da Fiocruz Amazônia”, disse.
A vice-diretora de Ensino da Fiocruz Amazônia, Luiza Garnelo, disse que a formação da 1ª turma de Mestrado da instituição é a concretização de um sonho e de esforços da Fiocruz e instituições parceiras. “Esta primeira turma é a concretização de um passo importante para alcançarmos o objetivo final deste processo de ensino-aprendizagem, que é a consolidação do Mestrado, a formação de recursos humanos altamente qualificados e a oferta do Doutorado em Saúde Coletiva, pela Fiocruz Amazônia, com um perfil de atuação capaz de contribuir para o aprimoramento das políticas de saúde e com a melhoria dos níveis de saúde da população que vive em nossa região”, disse Garnelo.
Para o diretor do ILMD/Fiocruz Amazônia, Sérgio Luiz Bessa Luz, a primeira turma de Mestrado da instituição no Amazonas demonstra, o compromisso dos esforços do Instituto em contribuir com a formação de recursos humanos no Estado, atendendo a uma demanda crescente de profissionais que atuem em saúde coletiva. “A saúde coletiva está no DNA da Fiocruz desde Oswaldo Cruz e não poderíamos deixar de medir esforços para contribuir com a nossa região. Quero agradecer a presença do presidente (Paulo Gadelha) e da vice-presidente de Ensino (Nísia Trindade) por virem até Manaus participar deste momento único para a Fiocruz Amazônia, demonstrando a importância que a instituição tem para a Fiocruz, e a todos que contribuíram para que chegássemos a este momento”, disse o diretor da Fiocruz Amazônia.
Também participaram da solenidade de abertura o diretor da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), representando o secretário estadual de Saúde, Bernardino Albuquerque, o diretor de Ensino e Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e pesquisador da Fiocruz Amazônia, Marcus Lacerda, o assessor da presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Dércio Luiz Reis, e o coordenador político da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), Antônio Carlos Silva.
A programação da cerimônia de abertura do Mestrado da Fiocruz Amazônia seguirá à tarde, com a mesa redonda “Saúde Coletiva: seus temas e suas instituições”, coordenada pela vice-diretora de Ensino da Fiocruz Amazônia, Luiza Garnelo. O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, participará das discussões apresentando “Fiocruz: sua história e trajetória na saúde coletiva brasileira”.
Também participarão da mesa redonda a vice-diretora de Ensino da Fiocruz, Nísia Trindade, que fará a exposição da atuação da Fiocruz na Pós-Graduação em Saúde Coletiva, e o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde no Amazonas (FVS-AM), Bernardino Albuquerque, que falará sobre os agravos prioritários de interesse da saúde coletiva no Amazonas. Foram premiados ainda os bolsistas de iniciação científica que tiveram os melhores trabalhos, por área temática, apresentados durante a Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC), realizada nos dias 9 e 10 de junho deste ano, no auditório do Parque Municipal do Mindu.
Após a cerimônia de premiação, a Fiocruz Amazônia realizou, na Oca da Ciência, o lançamento dos livros “Saúde Indígena em perspectiva: explorando suas matrizes históricas e ideológicas”, “Processos de alcoolização indígena no Brasil: Perspectivas plurais”, “Divulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Ambiente na Amazônia”, organizadas por pesquisadores da instituição, e “Políticas Comparadas em Saúde Indígena na América Latina”, que tem um capítulo escrito por pesquisadores da Fiocruz Amazônia.