A quem interessa a autorização dos autotestes para Covid-19, liberados pela Anvisa no último dia 28, se os mesmos não estiverem disponíveis para a população pelo SUS? Em declaração à BBC Brasil, Reinaldo Guimarães, médico sanitarista e vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), foi preciso na análise.
“Não acredito que a autorização para a venda dos teste terá uma grande importância no combate à pandemia. Quem tem condições de comprar um teste por R$ 180? Só uma pequena parcela da população, a de maior poder aquisitivo. A maior parte das pessoas não tem como pagar. Além disso, com a alta procura, a tendência é que o preço dos testes suba”.
O abrasquiano destacou também a necessidade de uma política pública e universal de testagem, como vem sendo apontado em notas da Abrasco e da Frente Pela Vida publicadas na semana passada.
“Outros países que têm um sistema de saúde, como o Reino Unido com o NHS, disponibilizam os testes de graça. Já os Estados Unidos, que não têm sistema de saúde (público), compraram um grande volume de testes e também estão distribuindo à população” […] Se a pessoa estiver infectada e tiver consciência, ela vai procurar o sistema de saúde para informar seu caso. Mas acho muito difícil que isso aconteça com a maior parte das pessoas. Mesmo se ela informar, haverá uma vigilância no entorno dessa pessoa e com quem ela entrou em contato? Durante a pandemia, ficou claro que a vigilância epidemiológica não funcionou no Brasil”, disse Guimarães. Leia a matéria completa.
O vice-presidente da Abrasco falou sobre o tema também ao Seu Jornal, da TVT. A matéria teve também participação de Priscilla Viegas, dirigente da Associação brasileira dos Terapeutas Ocupacionais e integrante da Frente Pela Vida. Assista abaixo: