Em 23 de setembro, o painel Covid-19 e Envelhecimento: gênero e LGBTI+ trouxe temas invisíveis e questões como machismo, idadismo, homofobia e violências, que foram discutidas pelos especialistas convidados da Ágora Abrasco. A sessão foi organizada pelo Grupo Temático Envelhecimento e Saúde Coletiva da Abrasco e coordenada por Alexandre Kalache.
Marília Berzins, presidente do Observatório da Longevidade observou que “o futuro do Brasil é a velhice, mas o Brasil ainda não se conscientizou disso. Estamos vivendo mais, tivemos avanços, mas ainda temos muitos desafios”, afirmou. Berzins lembrou ainda das violências contra idosos e mulheres e também se mostrou preocupada com o processo de envelhecimento masculino. “Todos somos seres envelhecentes, só envelhece quem vive”.
Jussara Carneiro Costa, da Universidade Estadual da Paraíba, tratou de temas como gênero, sexualidade, identidade biológica, biopoder e biopolítica. A professora abordou a predominância do discurso medicalizante, da necessidade da manutenção do corpo saudável e do “não poder envelhecer”. Para ela, vivemos como se a velhice fosse um “fantasma”.
O jornalista Yuri Fernandes, do Projeto #Colabora, falou sobre solidão e medo entre idosos LGBTs e exibiu o vídeo de um dos episódios da série LGBT+60: Corpos que resistem. O episódio conta a história de Martinha, uma pessoa idosa e trans, e todas as suas lutas. Martinha, que resistiu a muitas violências e inúmeras prisões, morreu há poucos dias, vítima da Covid-19.
Após as falas, Bruno Assami, do Unibes Cultural, teceu comentários e questionou: “Em uma sociedade tão fluida e tão líquida, como nos disse Bauman, que perspectiva temos pela frente?”. E, ainda, “Como podemos fazer mais do que já estamos fazendo? Nós, como sociedade, temos esse compromisso”, completou.
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