Colocar as questões de Gênero e Saúde em pauta é jogar luz em temas que muitas vezes estão envoltos em polêmicas, arrastando a implantação de políticas públicas. O GT Gênero e Saúde tem trazido para a Abrasco temas complexos como o objetivo de contribuir para
a consolidação da cidadania, da igualdade e da equidade de gênero. Desde a Norma que impede gays de doarem sangue, passando pela decisão do SUS em reduzir idade para troca de sexo, Política Nacional de Saúde LGBT, Lei do Acompanhante, cuidado à saúde do homem, cesáreas forçadas, feminicídio: a grande expectativa neste Abrascão 2015 é discutir as possibilidades e desafios de se trabalhar a partir de uma perspectiva crítica sobre as relações de gênero.
Jorge Lyra, coordenador do GT Gênero e Saúde, observa que o “termo/conceito” se espalha em diversos e diferentes trabalhos, mas não necessariamente de forma crítica e analítica como sua concepção inicial proposta pelas feministas tanto nas ações do movimento como na academia, no campo da produção do conhecimento. Além disso, lidamos com um recrudescimento fortissimo em várias áreas das propostas que adotam as relações de gênero em suas formulações, por exemplo, o Plano Nacional de Educação, a lei que pune o feminícidio e na saúde há um retorno às questões da “saúde materno-infantil” que foca muitas vezes as crianças em detrimento a uma perspectiva crítica da condição das mulheres. Todas estas questões serão discutidas durante o evento, inclusive com a articulação nas Oficinas, Mesas-redondas e sessões temáticas em parceria com as companheiras do Brasil que fazem parte de outras Associações – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia, Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher e Relações Gênero, e Asociación Latinoamericana de Medicina Social, convidadas especialmente para este encontro.
Lyra adianta ainda que o GT discutirá a composição do Grupo durante o congresso – ‘seguramente haverá mudanças, pois neste encontro se encerra a gestão 2012-2015, mas estas deliberações serão discutidas e acordadas presencialmente. Vamos dialogar sobre a possibilidade de entrada de novas e novos integrantes. Para o GT esta é uma questão que tratamos de forma bastante cuidadosa, pois entendemos a natureza do Grupo como eminentemente um grupo de assessoria sobre a temática de gênero para a Coordenação e Secretaria Executiva da Abrasco e neste sentido não é possível, ao nosso ver, termos um grupo muito grande. Em nosso entender, diferente de outras associações o grupo não reúne apenas pesquisadoras/es, trabalhadoras/es e ativistas (todos associadas/os da Abrasco) que trabalham a partir da perspectiva das relações de gênero. Esse é o nosso diferencial e entendimento’ completa Jorge.
Confira as atividades do GT Gênero e Saúde:
TERÇA 28 DE JULHO
Oficina Em seu Lugar (Mulheres em Situação de Violência Doméstica de Gênero)
Coordenadora: Ana Flavia P. L. D‘Oliveira – USP (SP)
Coordenadora: Maria Fernanda Terra (Brasil)
Coordenadora: Stephanie Pereira (Brasil)
Expositor: Ana Flavia P. L. D‘Oliveira – USP (SP)
QUARTA 29 DE JULHO
Mesa Redonda M44 – Gênero na Produção de Conhecimento e suas Implicações Políticas: Reflexões Críticas e Interfaces de um Campo em Construção.
Coordenadora: Eleonora D‘Orsi – UFSC (SC)
Expositor: Estela M. L. Aquino – UFBA (BA)
Expositor: Lenise Borges – PUC-GO (GO)
Expositor: Jorge Lyra – UFPE (PE)
Expositor: Paula Santana Nazarit – Red Latinoamericana de Genero Y Salud Colectiva – Alames (Mexico)
QUINTA 30 DE JULHO
Mesa Redonda M43 – A Vagina-Escola: Violência Contra a Mulher no Ensino das Profissões de Saúde.
Coordenadora: Sara Fernández (Colombia)
Expositor: Ana Flavia P. L. D‘Oliveira – USP (SP)
Expositor: Raquel Marques – ONG Artemis (SP)
Expositor: Simone Diniz – USP (SP)