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Demanda internacional define novos rumos da RBE

Conectada com o tempo, com o público e atenta às transformações do conhecimento científico no século XXI, a Revista Brasileira de Epidemiologia – RBE – inicia a celebração de seus 18 anos com novos horizontes. A definição de editorias científicas e editores temáticos e a reformulação do conselho internacional são as primeiras novidades.

Quem adianta as mudanças é Márcia Furquim de Almeida, professora associada do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), que junto com Moisés Goldbaum (da Faculdade de Medicina da USP) e Mario Vettore (da School of Clinical Dentistry, University of Sheffield), responde pela edição.

“Nesses 17 anos, trabalhamos com editores associados ad hoc. Para avançarmos no processo editorial, que exige um tempo em si, partimos do princípio que, ao estabelecermos editores por área, poderíamos ter uma maior agilidade. Fizemos um levantamento das principais temáticas abordadas em nossos artigos e convidamos oficialmente os editores parceiros há mais tempo. É uma forma de reconhecer o trabalho que eles vinham desenvolvendo e dar o crédito àqueles que nos ajudaram a construir essa história”, explica.

Ao realizar esse trabalho de dados, a equipe da RBE visualizou com maior nitidez o alcance e impacto da publicação no cenário científico brasileiro e internacional.

A primeira observação foi, na verdade, uma constatação. Ao longo de sua trajetória, a Revista acompanhou as mudanças do perfil epidemiológico brasileiro e também da produção científica nacional. Se nos primeiros anos os artigos sobre doenças infectocontagiosas representavam a maioria dos textos publicados, hoje a produção sobre as doenças crônicas lidera o ranking temático, seguida por artigos sobre epidemiologia ambiental e saúde e estilos de vida. De periodicidade trimestral, a Revista recebeu neste ano cerca de 41 artigos por mês para avaliação (dados de janeiro a agosto de 2015). Por ano, são publicados cerca de 90 trabalhos, boa parte fruto de investigações desenvolvidas pelos profissionais dos serviços em unidades de saúde.

Internacionalização e crise: Editada unicamente em meios digitais desde 2013 e disponibilizada na plataforma SciELO, a RBE coleciona dados de acesso que indicam um crescente procura de seus artigos por leitores estrangeiros. Ainda que a maioria dos acessos e dos downloads seja dos artigos em português (604.122), já são quase 90 mil acessos dos documentos em inglês e mais de 22 mil acessos de computadores identificados pelo idioma espanhol. Tais números credenciam a publicação como umas revistas de destaque nos indicadores cientométricos. A edição ocupa o 3º posto na coleção SciELO Saúde Pública e está entre os 20 periódicos com maior fator de impacto da coleção SciELO Brasil do Google Scholar, além de ser cada vez mais citada nas publicações indexadas no portal SCOPUS. Além dessas, o periódico compõe também as coleções PubMed/MEDLINE, Embase, LatIndex e LILACS.

Para a editora científica, essa procura reflete o papel do país na produção de conhecimento regional e os desafios da saúde que ainda persistem no continente. “As maiores citações de são provenientes dos países latino e sobre artigos relacionados a doenças infectocontagiosas. Ainda somos um importante produtor de conhecimento nesse campo e isso mostra que devemos buscar uma maior colaboração na produção científica com esses pesquisadores”, destaca Márcia.

Essa perspectiva levou também a renovação do corpo de assessores internacionais, formado por profissionais com histórico de colaboração com a Epidemiologia brasileira e com presença marcante nos congressos nacionais e internacionais, como Miquel Porta Serra (Instituto Hospital del Mar de Investigaciones Médicas/Espanha) e Jaime Miranda (Centro de Excelência em Doenças Crônicas da Universidade Peruana Cayetano Heredia), entre outros. Confira aqui a listagem completa dos editores associados e dos assessores nacionais e internacionais.

Para 2016, novos desafios rumo a uma maior internacionalização ainda serão envidados, com a indexação em outras plataformas, como a Web of Science e a adoção do ScholarOne como plataforma de submissão. No entanto, o cenário político e econômico e os recentes cortes impostos aos programas de pós-graduação pelo governo federal preocupam a editora, que vê neste movimento a possibilidade de um verdadeiro esfacelamento de anos de empenho, recursos e de trabalho de toda a comunidade científica brasileira. “O processo de internacionalização vem sendo buscado há bastante tempo, no entanto, acabou sendo interrompido por falta de uma proposta concreta do governo e suas agências de fomento. No momento atual, estamos preocupados de fato com a sobrevivência dos períodos científicos, sejam os da Abrasco, sejam os demais. Olho com muito cuidado o que pode acontecer com tantos cortes orçamentários, pondo em xeque em publicações que levaram anos para se constituírem como veículos de respeito”.

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