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Recuperar o planejamento é recuperar a possibilidade de a gente definir o nosso futuro – Adolfo Chorny

Uma aula de cidadania e política. Assim pode se definir a participação de Adolfo Chorny no último simpósio do 2º Congresso de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, realizado no início de outubro, em Belo Horizonte. O vídeo é um aperitivo do trabalho de cobertura que estará em breve disponível na TV Abrasco com os debates completos dos dois primeiros dias do evento.

Argentino de nascimento, mas de grande sentimento pelo Brasil, Chorny atualmente é pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP-Fiocruz) e acumula passagens pela FGV, UERJ, UFMG e Universidade de Buenos Aires, além de OPAS e Ministério da Saúde. Dedica-se há mais de 30 anos ao estudo e desenvolvimento de sistemas de saúde.

Em sua participação, defendeu uma outra visão em relação ao tema. “Fazemos muitos estudos que são autópsias. Exibimos cadáveres, mas não dizemos que sociedade queremos e como vamos participar dessa sociedade. Recuperar o planejamento é recuperar a possibilidade de a gente definir o nosso futuro. Este é o desafio”.

Ao afirmar que a fronteira do SUS está para fora do sistema, Chorny articula a necessidade de se pensar a saúde junto com outros direitos, como educação universal e laica, saneamento, cultura e reforma agrária.

Questionou também o que chamou de sociedade “empresocêntrica”, devido à força do pensamento empresarial da sociedade de consumo e o colonialismo que pede saúde no padrão FIFA ao invés de valorizar as conquistas nacionais. “A quem interessa ser a sexta economia do mundo quando temos milhões de miseráveis que não têm acesso aos alimentos, com desnutrição crônica?” Num mundo marcado pelas redes sociais e novas tecnologias, a consequência, para Chorny, é a distância da produção acadêmica de aspectos mais humanos. “ Vou fazer um apelo aos cientistas: vamos falar de sentimentos, pois está faltando sentimento e dor às análises científicas”.

Para Chorny, planejamento em saúde não pode ser confundido com planilhamento de dados e procedimentos. No entanto, o prioritário é “definir, dentro do possível, o projeto de país que queremos, que significa definir o campo de alianças e o campo do inimigo, por onde se pode andar sem perder onde se quer chegar. Temos de nos propor o impossível para atingir a viabilidade de um processo transformador”. Veja aqui a participação na íntegra e confira ainda a avaliação do pesquisador sobre os rumos da saúde em entrevista durante o 2º Congresso. 

 

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