5 de setembro de 2013 – Por Flaviano Quaresma com informações do Portal DSS Nordeste
Entre outros temas em discussão, a “Água e Saneamento” sob a perspectiva do DSS também teve destaque na 1ª Conferência Regional sobre DSS (CRDSS) do Nordeste. Governo, especialistas e sociedade civil estiveram presentes para debater o tema, coordenado pela química e especialista em qualidade da água da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Maria Julita Formiga, com Everaldo Resende, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa/MS), e Hyperides Pereira, do Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco).
Os números do Censo 2010 (IBGE) que estimam que os domicílios do Nordeste ligados às redes de distribuição de água não passam dos 34%, foram apresentados por Everaldo Resende, da Funasa, contextualizando a Região no cenário nacional. Resende destacou a importância da qualidade da água que chega às famílias como fator relevante para a saúde, sobretudo pela influência que tem nos casos de doenças como esquistossomose e diarreia.
Já o engenheiro de recursos hídricos e membro do Sinaenco, Hyperides Pereira, falou sobre a questão da seca, problema histórico no Nordeste, e da dificuldade de enfrentamento deste problema pelo Brasil. Pereira abordou os investimentos que estão sendo feitos na Região, como a transposição do Rio São Francisco, além da necessidade de construir açudes com mais profundidade no Nordeste e de apostar nas adutoras como forma de garantir água para a população afetada pela estiagem.
A necessidade de criar e fortalecer as políticas públicas que considerem verdadeiramente a questão do saneamento foi reforçada pelo público presente, que evidenciou a importância da oportunidade de discutir o tema na conferência. Para a coordenadora da mesa, Maria Julita Formiga, é importante discutir a questão da água e do saneamento com um foco regionalizado e que compreenda as peculiaridades de cada contexto. “A questão da água no Nordeste é muito importante, até pela disponibilidade hídrica que é muito pequena. As políticas são definidas para o Brasil como um todo, como se ele fosse homogêneo. Mas as realidades são muito heterogêneas. Há diferenças de um estado para outro, então é muito bom que a saúde promova essas conferências. Espero que ela seja feita em cada região para captar as diferenças e para que se possa definir políticas diferenciadas. Espero que a legislação englobe todo mundo, mas que não trate igualmente as regiões que são visivelmente diferentes”, defendeu.