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Reinaldo Guimarães participa da série “Brasil Amanhã”, do Clube de Engenharia

Pesquisador do Núcleo de Bioética e Ética Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NUBEA/UFRJ) e vice-presidente da Abrasco, Reinaldo Guimarães concedeu depoimento ao Clube de Engenharia para a série Brasil Amanhã. Guimarães  traçou um perfil histórico do conceito e materialidade de Complexo Industrial da Saúde, que reúne a indústria de produtos dedicados ao campo da saúde humana, composto pelo complexo farmoquímico farmacêutico, a indústria de vacinas e o setor de equipamentos de saúde, e relacionou ao cenário internacional da disputa de mercados provocado pela pandemia da Covid-19.

Ao Clube de Engenharia, Guimarães pontuou que a indústria brasileira não está desenvolvendo insumos, medicamentos e vacinas para a pandemia da Covid-19. “No campo farmoquímico e da indústria farmacêutica, fora a produção de cloroquina e hidroxicloroquina, que ainda não sabemos qual o papel no uso terapêutico para o tratamento da Covid-19, a indústria brasileira, até onde eu saiba, não está envolvida em novos desenvolvimentos para medicamentos antivirais para a pandemia”. Sobre vacinas, a percepção do pesquisador é a mesma.

O tema estará em debate hoje, 6 de maio, no painel Medicamentos, vacinas, testes e ética: desafios para o Complexo Industrial da Saúde na pandemia, na Ágora Abrasco, às 16 horas. O painel conta com as participações de Akira Homma, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz  (Bio-Manguinhos/Fiocruz); Julia Paranhos, professora do Instituto de Economia da UFRJ; Manoel Barral Netto, do Instituto Gonçalo Muniz (IGM/Fiocruz-BA); e Marisa Palácios, pesquisadora do NUBEA/UFRJ e integrante do Grupo Temático Bioética, da Abrasco.

No final de abril, ao Nexo, o vice-presidente da Abrasco também falou sobre a falta de materiais médicos, a produção e a importação desses produtos, entre outros assuntos. Assim como na entrevista ao Clube de Engenharia, Guimarães contou um pouco sobre a história e falou sobre o futuro. “O impacto [da pandemia] sobre o Brasil vai ser muito grande, não só sobre os produtos de saúde. Vai ser um impacto econômico brutal. Em termos de desemprego, de fechamento de empresas. Não tenho nenhuma ilusão otimista da saída, como dizer que o país vai ser mais solidário. Isso tudo é conversa fiada. Vamos sofrer muito. Com relação ao campo da saúde, a indústria privada só investe se houver demanda. Mas o Brasil tem uma originalidade. Ele tem um sistema público de saúde que é um grande comprador. Hoje, cerca de 30% do mercado total de medicamentos é comprado pelo SUS”, pontuou.

Em março, Guimarães escreveu artigo sobre o tema, repercutindo fala do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que afirmou que o Brasil não desenvolveria vacinas ou medicamentos para a Covid-19. “Entendo que a declaração do ministro Mandetta não ajuda na recomposição do orçamento público agregado de ciência, tecnologia e inovação brasileiro, atualmente vítima de um grave cerceamento. A pesquisa em saúde é o principal componente setorial de pesquisa do país e nos últimos 15 anos, vem sendo crescente o papel do Ministério da Saúde como construtor de política e mesmo como financiador nesse setor. Não é compreensível que o ministro da pasta abdique voluntariamente desse esforço”, opinou.

Assista aqui ao painel Medicamentos, vacinas, testes e ética: desafios para o Complexo Industrial da Saúde na pandemia.

A artigo de Reinaldo Guimarães de março está aqui e confiram também a entrevista ao Nexo, e a cobertura da Abrasco sobre a matéria.

Confira no vídeo abaixo a íntegra o depoimento à série Brasil Amanhã, do Clube de Engenharia.

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