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Relembre especial da Ciência & Saúde Coletiva sobre Mais Médicos

Hara Flaeschen sob supervisão de Vilma Reis

Rememorar é preservar a história: em meados de 2016, quando o Programa Mais Médicos completava três anos de existência, a Revista Ciência & Saúde Coletiva ganhou uma edição especial sobre o tema, organizada pela Rede de Pesquisa em Atenção à Saúde (APS) da Abrasco em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Os estudos e evidências sobre os efeitos, limites e desafios do PMM garantiram uma coletânea de artigos, em um consistente registro científico do projeto – que hoje sofre um possível desmonte, com a saída de Cuba. 

No editorial, os coordenadores da Rede APS, Luiz Augusto Facchini, Sandro Rodrigues Batista, Aluísio Gomes da Silva Jr e Lígia Giovanella, reafirmavam: Se quisermos um sistema nacional de saúde com base em uma APS robusta, resolutiva e de qualidade, é essencial garantir a continuidade do PMM, notadamente as estratégias que envolvam o provimento de profissionais e uma formação focada na atuação médica generalista”.

Há dois anos os estudos publicados já ilustravam os avanços, como a importante redução do número de municípios com escassez de médicos: cerca de 700 lugares tiveram profissionais fixados pela primeira vez na história do Brasil. A percepção dos usuários também foi avaliada, no artigo Avaliação da satisfação dos usuários e da responsividade dos serviços em municípios inscritos no Programa Mais Médicos, quando pesquisadores aplicaram questionários em 32 municípios com 20% ou mais de extrema pobreza:

» Leia Nota da Abrasco sobre a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos para o Brasil 

“Os usuários expressaram satisfação quanto ao atendimento médico, às informações recebidas sobre a doença e o tratamento, e a clareza e a compreensão das indicações. O bom desempenho técnico e humanizado dos médicos contribuiu para a satisfação dos usuários que ressaltaram a importância da continuidade do programa. Na dimensão responsividade, a maioria dos usuários externou contentamento quanto aos aspectos não médicos do cuidado: rapidez no agendamento, tempo de espera inferior a uma hora e privacidade. As sugestões dos usuários de melhorias na infraestrutura, maior disponibilidade de medicamentos e presença de mais médicos, devem ser consideradas pelos gestores do Sistema Único de Saúde para avançar na garantia do direito constitucional de acesso à saúde no Brasil” COMES, Yamila et al. Avaliação da satisfação dos usuários e da responsividade dos serviços em municípios inscritos no Programa Mais Médicos. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2016, vol.21, n.9, pp.2749-2759. ISSN 1413-8123.  http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015219.16202016.

» Confira todos os artigos da Ciência & Saúde Coletiva – vol.21 – nº 9 – Rio de Janeiro – set. 2016.

 

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