Em 2022, voltamos a respirar? Foi ano de reencontro, mas não foi um período festivo. Convivemos com as consequências diretas do desmonte do SUS e do Estado brasileiro. Trinta e três milhões de pessoas passam fome. Enfrentamos a extrema direita na eleição mais decisiva de nossa história recente. E estamos aqui, prontos para reconstruir um país. A Abrasco resistiu – nós resistimos – pelo SUS, porque estivemos juntos.
SUS nas eleições
Neste ano eleitoral, a Abrasco construiu a campanha #FortalecerOSUS, a fim de dialogar com a população e pressionar todos os candidatos para que apresentassem projetos relacionados ao Sistema Único de Saúde. Com o mote “Sem o SUS não há saúde para todos”, dialogamos com presidenciáveis à frente da corrida eleitoral, e também produzimos material informativo e de engajamento para toda a sociedade.
A Associação apresentou 8 propostas concretas para fortalecer o SUS: é preciso, prioritariamente, garantir orçamento adequado e melhorar a gestão, a fim de manter o caráter público do sistema e atender toda a população.
Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde
O Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, foi marcado pela realização da etapa nacional da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, organizada pela Frente Pela Vida, em São Paulo, com forte papel da Abrasco e demais entidades.
O encontro reuniu militantes, pesquisadores, gestores e trabalhadores da saúde,além de lideranças sociais e políticas, que entregaram uma carta compromisso a Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato e, hoje, presidente eleito, que declarou:
“É importante reafirmar o caráter social da política de saúde, definindo o SUS 100% público, e o princípio da Universalidade de acesso, garantindo o direito aos serviços e produtos de saúde a todas as pessoas. Insistimos na urgência em revogar a Emenda Constitucional 95 para que o Estado retome um crescente investimento público na saúde”.
Abrascão 2022: finalmente o reencontro!
Entre 20 e 24 de novembro, quase 7 mil pessoas se reuniram em Salvador, para o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva. O tema que regeu a programação científica foi “Democracia é Saúde: Diversidade, Equidade e Justiça Social”.
“Com tiranos não combinam / brasileiros corações”: na abertura do evento, o Hino 2 de Julho deu o tom de como seria o Abrascão 2022, pós período eleitoral. “Alma em festa”, união, trocas e diálogos para reconstruir o SUS e o Brasil. A Abrasco foi homenageada pela OPAS, e homenageou pesquisadores negros que constroem a Saúde Coletiva brasileira. Relembre como foi a cerimônia.
Após dias de debates, conferências, mesas redondas, reuniões dos diversos espaços institucionais da Abrasco – grupos temáticos, fóruns e comissões – os participantes construíram a Carta de Salvador:
“O Congresso indicou a convergência entre os abrasquianos e a maioria da sociedade brasileira em: vencermos a pandemia de COVID-19, apoiados no conhecimento científico; superarmos o obscurantismo social e político que se instalou no governo federal nos últimos anos; recuperarmos os fundamentos de uma democracia participativa para o país, respeitando a vontade da maioria e produzindo política pública de qualidade para todos e em todo o Brasil; recuperar para o Estado brasileiro a responsabilidade de agir em favor de uma sociedade mais justa, mais humana, mais fraterna e mais solidária”
Além da equipe de Comunicação da Abrasco, cerca de 50 profissionais de comunicação fizeram a cobertura coletiva do evento. Confira todos os conteúdos produzidos, incluindo textos, fotos e vídeos!
Produzimos ciência e nos posicionamos: saúde é política!
Dossiê Abrasco Pandemia de COVID-19: o documento apresenta uma apreciação técnica e política da evolução da doença no Brasil. Nele, a Abrasco denuncia o processo de regressividade social implementado no Brasil com a eleição de presidente de extrema direita, em 2018.
Confira outros documentos importantes publicados em 2022:
- Entidades científicas alertam para risco de genocídio na Terra Indígena Yanomami e Ye’kuana- TIYY.
- Nota de repúdio à ação da PRF em Umbaúba (SE) e à operação policial em Vila Cruzeiro (RJ)
- Nota de repúdio ao manual de atenção ao aborto do Ministério da Saúde.
- Vacinas sim!
- Pela ciência e pela vida! Não ao contingenciamento de verbas da Capes .
- Carta Aberta: os perigos do “Open Health”
Tudo isso só é possível porque a Abrasco é construída por muitas mãos (e mentes!). Em 2022, as associações aumentaram 52% , em relação a 2021. Todas as pessoas que apoiam a Abrasco contribuem para o SUS + forte. Obrigada!
No ano que vem a luta continua. Associe-se à Abrasco ou renove sua anuidade.