27 de julho de 2013 – Por Flaviano Quaresma
Não foi apenas o Programa Mais Médicos do Governo Federal que impulsionou as discussões levantadas durante a Reunião Pública do Movimento da Reforma Sanitária na última quinta-feira, 25, durante a 65ª Reunião Anual da SBPC, na UFPE, no Recife. Com a presença de cerca de 100 pessoas, a discussão sobre uma “retomada” da Reforma Sanitária contou com a participação da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), do CEBES, do Conselho Federal de Nutricionistas-CFN, Associação Brasileira de Enfermagem- ABEn, CONASEMS, Conselho Federal de Psicologia-CFP, Rede Unida, ABRES, Associação do Ministério Público em Defesa da Saúde Pública, profissionais de saúde, professores e estudantes. [Na foto, Luis Eugênio, presidente da Abrasco, abre a Reunião Pública]
Luis Eugênio Portela, presidente da Abrasco, lançou a pergunta a todos: “o que o Movimento da Reforma Sanitária vai apresentar à sociedade?”. Laura Macruz, por sua vez, disse que era preciso contemplar “o acesso à Atenção Básica e a qualidade da atenção”. Já Ana Costa, do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, afirmou que é necessário tensionar o Governo brasileiro com alianças mais amplas e profundas com os Movimentos Sociais, “pensar numa estratégia política bem elaborada”.
Cristina Sette, representante do CONASEMS, expressou a posição de sua entidade a favor do “Mais Médicos”, mesmo considerando o programa apenas uma proposta emergencial para o momento atual da Saúde Pública brasileira. Lígia Bahia, UFRJ/Abrasco, enfatizou que a reunião do Movimento da Reforma Sanitária não podia centralizar as discussões sobre o “Mais Médicos”, mas sobre uma nova proposta de Reforma que contemplasse todo o âmbito da Saúde. “Queremos uma Reforma Sanitária Brasileira, inclusive tendo ‘mais médicos’, mas isso vem muito atrás. O mais importante é o SUS. O que espero da Reunião é que todas as entidades presentes sejam capazes de repetir o que foi o projeto do SUS. Para isso, a identidade do Movimento Sanitário deve ser reestabelecida”, ressaltou Lígia, registrada na foto à esquerda.
O Conselho Federal de Nutricionistas acrescentou que é preciso formular o que o povo nas ruas está exigindo, organizar em propostas concretas e integradas com as manifestações recentes. O Conselho Federal de Psicologia contribuiu, acrescentando a desestruturação da Reforma Psiquiátrica do Brasil, que precisa estar contemplada entre as questões da Reforma Sanitária.
No dia 03 de outubro, em Belo Horizonte, mais uma reunião pública está marcada, durante o 2º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde. Nos próximos dias, uma Nota Conjunta será divulgada com as posições das entidades participantes desta Reunião Pública do Movimento da Reforma Sanitária, ocorrida no Recife.