Com o título “Diálogos interseccionais sobre beleza, corpo e saúde”, a edição temática de fevereiro de 2024 da Revista Ciência & Saúde Coletiva já está no ar. Desta vez, o objetivo é promover um qualificado debate sobre a noção de beleza e a concepção de saúde, sob as mais diferentes perspectivas. Ao todo, são 24 textos publicados, por diversos pesquisadores, entre artigos temáticos, de opinião e de revisão, além de dois editoriais e uma resenha.
Esta edição do periódico parte, principalmente da perspectiva das Ciências Humanas e Sociais em Saúde, para promover diálogos interseccionais sobre beleza, corpo e saúde. As análises trazidas nos artigos temáticos buscam colocar em pauta a construção e materialização da beleza a partir de atravessamentos relacionados à sexualidade, gênero, raça/etnia, classe social, políticas e serviços de saúde entre outros elementos.
Em um dos editoriais, os pesquisadores Aureliano Lopes da Silva Junior, Thiago Barcelos Soliva e Daniele Andrade da Silva explicam que este volume foi dividido nos eixos temáticos “Reflexões acerca da construção social da beleza” e “Análises dos processos de construção da beleza”, além de destacarem a relevância, complexidade e importância do tema.
“1) Reflexões acerca da construção social da beleza e os modos como tal constructo invariavelmente modulará tanto nossa própria forma de percepção da alteridade como os saberes e práticas no campo da saúde, assistência social, entre outros; 2) Análises dos processos de construção da beleza como diferença a partir de marcadores sociais inscritos no corpo que se dão tanto em relação a serviços e instituições oficiais de saúde (e suas relações com o mercado estético-cosmético) – de modo que muitas vezes a beleza é lida ou significada socialmente como sinônimo de saúde – como à margem da oficialidade do setor saúde”, detalham.
Confira alguns artigos da edição:
Um Lótus ou um Dragão? – a orientalização e fetichização dos corpos das mulheres Asiáticas
O trabalho visa compreender como mulheres asiáticas são observadas na experiência do dia a dia enquanto organismos fetichizados.
Covibesity e o peso das normas. Uma epidemia cultural
O artigo explora através de metodologias qualitativas o impacto do discurso ligado ao problema da obesidade causado pela pandemia da Covid-19 em mulheres portuguesas.
A pesquisa trata da interface entre gênero, classes sociais e (bio)tecnologias destinadas ao aprimoramento da estética corporal.
Os pesquisadores investigam como estereótipos raciais e atratividade facial impactam as avaliações morais na área de saúde.