A edição de junho de 2025 da Revista Ciência & Saúde Coletiva, editada pela Abrasco, traz como tema “Por um desempenho mais resiliente do SUS: políticas, práticas e tecnologias”. O número temático, disponível para leitura em Acesso Aberto, conta com 30 artigos, entre temáticos, de revisão, opinião e temas livres, além de duas resenhas e do editorial.
Este número temático foi pensado para contemplar os debates sobre resiliência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Parte-se da noção de que, em Saúde Pública, resiliência abrange tanto a complexidade intrínseca do direito à saúde quanto os desafios persistentes que sistemas públicos e universais enfrentam para garantir esse direito.
Dessa forma, o objetivo da edição é indicar caminhos para conceber, compreender, avaliar e fortalecer a capacidade do SUS de absorver choques emergenciais, como epidemias, pandemias e desastres climáticos, para que acolha os novos temas que sempre chegam e, assim, sustentar o acesso universal, equânime e de qualidade dos cuidados em saúde.
“Os artigos selecionados para esta edição temática abordam a ideia da resiliência como um atributo essencial para promover transformações positivas no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora um SUS resiliente deva ser capaz de se adaptar às adversidades típicas de um país desigual, é preciso ir além. Resiliência não é resignação. Enquanto resignação significa aceitar as adversidades como inevitáveis, a resiliência envolve aprender com a experiência e agir orientado por evidências empíricas, de forma que o conhecimento gerado seja utilizado para superar permanentemente vulnerabilidades históricas”, assinam os pesquisadores Alessandro Jatobá, Paula de Castro Nunes e Paulo Victor Rodrigues de Carvalho no editorial.
Confira alguns artigos desta edição:
A pesquisa se propõe a analisar os efeitos da volatilidade da força de trabalho da Atenção Primária à Saúde (APS) do SUS sobre a resiliência dos serviços e a redução dos óbitos infantis.
O artigo descreve o padrão de resiliência dos governos municipais no financiamento das ações e serviços públicos de saúde (ASPS) nas décadas de 2000 e 2020, em contexto de difusão da agenda da austeridade fiscal e da emergência sanitária no Brasil.
A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 e a importância do ACS na política de atenção básica
O artigo traz uma discussão sobre a importância das visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde, tendo como base a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.
Este trabalho objetivou desenvolver metodologia de comparação dos municípios brasileiros, a partir da razão de internação por condições crônicas sensíveis à atenção primária (ICSAP) padronizada.
