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Revistas de Saúde Coletiva mantêm destaque no ranking Google Scholar

As revistas de Saúde Coletiva estão na ponta do ranking 2020 do Google Scholar, divulgado neste mês de julho. Mais uma vez, a revista Ciência & Saúde Coletiva, editada pela Abrasco, lidera o ranking, seguida por Revista de Saúde Pública, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e Cadernos de Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz). A revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, do Ministério da Saúde, ocupa a quarta posição e, entre as 11 primeiras ainda estão a Revista Brasileira de Epidemiologia, também editada pela Abrasco, na sexta posição, e a Interface – Comunicação, Saúde, Educação, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Botucatu, em sétimo. Saúde em Debate, do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), e Saúde e Sociedade, também da FSP-USP, respectivamente em décimo e em décimo-primeiro lugares, completam a lista das 11 primeiras. O ranking inclui todas as revistas científicas publicadas em português no mundo.

Leila Posenato Garcia, editora da Epidemiologia e Serviços de Saúde, fez considerações sobre o protagonismo das revistas da saúde coletiva no ranking do Google Scholar. “O índice h5, que define esse ranking, tem aumentado a cada ano nas revistas da área. Esse crescimento reflete o aumento das citações recebidas, resultante do aumento da visibilidade das revistas, que por sua vez, está atrelado à qualidade e ao volume de artigos que a área publica”, ressaltou.

O professor Antonio Fernando Boing, editor da Revista Brasileira de Epidemiologia (RBE), considera importante o crescimento da RBE nas métricas do Google, acompanhando as outras publicações de saúde coletiva entre as que possuem melhores indicadores no Brasil no ranking. “O mais importante, para nós, é continuar contribuindo com a disseminação dos estudos sobre a situação de saúde da população, sobre reflexões teóricas do campo e avanços metodológicos da epidemiologia”, considerou.

Fast-tracking e pandemia

A boa colocação das revistas no ranking valoriza as publicações e o trabalho de seus editores que, em tempos da pandemia do novo coronavírus, tiveram as rotinas alteradas. As revistas científicas adotaram o método de fast-tracking, acelerando o ciclo de avaliação por pares dos artigos. Assim, os manuscritos podem ser publicados mais rapidamente, facilitando as trocas entre a comunidade científica, de questionamentos e de resultados produzidos. A disseminação do conhecimento científico também está acelerada com os repositórios de preprint. E os desafios com o tempo abreviado são muitos, para garantir a manutenção dos padrões e a integridade das pesquisas.

As publicações do Fórum de Editores de Saúde Coletiva da Abrasco também estão utilizando o método de fast-tracking desde o início da pandemia e o tema também já foi discutido em painel da Ágora Abrasco. Nesta atividade, Márcia Furquim, editora da Revista Brasileira de Epidemiologia, apontou aumento na publicação de artigos e destacou que a saúde coletiva “está viva, procurando entender a epidemia e contribuir para sua contenção”.

Leila Posenato Garcia, recém-eleita para o conselho consultivo do portal SciELO Brasil na área de ciências da saúde, contou um pouco sobre como estão os processos na revista. “A RESS lançou uma chamada de artigos sobre COVID-19 que foi muito bem sucedida. Todos os artigos submetidos à chamada são processados em fast-tracking. De março a junho, foram submetidos 103 artigos. Aproximadamente 15% destes seguiram no processo editorial após a triagem e tiveram a decisão sobre a publicação dentro de uma a três semanas”, explicou Leila.

De acordo com a editora, é preciso manter os padrões em tempos de processos mais ágeis. “Além do processo editorial acelerado, a RESS passou a adotar a publicação antecipada dos artigos aprovados no servidor SciELO Preprints, o que torna ainda mais ágil a sua divulgação. Não obstante a agilidade, os padrões de integridade na pesquisa e na publicação científica são rigorosamente observados, o que envolve não apenas a qualidade das pesquisas e dos relatos, mas também a checagem de plágio e a verificação dos requisitos éticos em pesquisas que envolvem seres humanos”, explicou a editora.

Para Leila Posenato Garcia, “internacionalmente, a integridade na pesquisa e na publicação ganhou visibilidade, inclusive fora do meio editorial científico”, disse, citando o exemplo da retratação de artigos publicados em periódicos relevantes, como o estudo multicêntrico sobre a cloroquina no The Lancet. “A pressa tem um custo que pode impactar na qualidade da publicação e esse equilíbrio entre tempo e qualidade deve ser buscado constantemente pelas revistas”, afirmou.

No painel da Ágora Abrasco, que aconteceu em junho, Claudia Coeli, editora da Cadernos de Saúde Pública, ressaltou a importância de trabalhar em rede e em cooperação e pontuou que a população está assustada e ávida por informações e que os cientistas precisaram se adaptar às mudanças e às acelerações. “O cientista está acostumado com tempos mais lentos”, acrescentou, concluindo que “É necessário não se afastar dos processos de boas práticas editoriais”.

Das 11 primeiras publicações do ranking, oito são da Saúde Coletiva, com os índices h5. Veja o ranking completo:

1.            Ciência & Saúde Coletiva    49        

2.            Revista de Saúde Pública      41      

3.            Cadernos de Saúde Pública      40 

4.            Epidemiologia e Serviços de Saúde        36

5.            Revista Brasileira de Enfermagem          33

6.            Revista Brasileira de Epidemiologia        32

7.            Interface – Comunicação, Saúde, Educação       30

8.            Escola Anna Nery           29

9.            Estudos Avançados       28

10.          Saúde em Debate          28

11.          Saúde e Sociedade        27

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