Desde o tempo dos Vice-reis (1763-1808), as condições de salubridade no Rio de Janeiro não são boas. A cidade do Rio de Janeiro surgiu sem qualquer plano urbanístico para superar ou amenizar suas precárias condições sanitárias. Comprimida entre o mar e quatro morros (morro do Castelo, de Santo Antônio, da Conceição e de São Bento), a cidade tem também lagoas, pântanos e manguezais, que eram apontados como lugares de propagação de doenças. Por este motivo, a ocupação do Rio de Janeiro, num primeiro momento, foi feita longe desses locais. O estudo foi realizado pela pesquisadora Maria Amélia Costa, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz.
A pesquisa apontou a relação entre a ocupação do meio ambiente insalubre, as condições de sua intervenção e o papel das instituições assistencialistas (ordens religiosas, irmandades e confrarias), responsáveis pela ocupação e loteamento das áreas salubres e das áreas insalubres. Entre outros fatos, a pesquisa descobriu a ausência de poder dos Vice-Reis no combate aos problemas do cotidiano da população, tendo as instituições assistencialistas atuado junto à população. O trabalho concluiu que houve uma segregação da parcela da população composta por brancos pobres, negros alforriados, pobres livres e escravos de ganhos, em áreas deprimidas e próximas aos ambientes insalubres da cidade.