Na tarde da terça-feira, dia 2 de maio, os participantes do 3º Congresso de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, que acontecerá em Natal, de 1º a 4 de maio, poderão entender melhor os desafios para a qualificação profissional no SUS. Ao longo do desenvolvimento do campo da saúde coletiva houve uma preocupação intrínseca com o trabalho e com a formação dos responsáveis por construir as bases para uma nova política de saúde. Assim, fazem parte da constituição desse campo os esforços de pesquisadores, grupos e organizações que ao longo da segunda metade do século XX integraram-se em projetos e movimentos ligados às instituições de ensino e de formulação e execução de políticas relacionadas ao trabalho e à formação dos trabalhadores da saúde. Na mesa redonda 6, que vai discutir a temática, das 14 às 16h, Marise Ramos (EPSJV) e Ondina Maria Chagas Canuto (SES-CE) debaterão o tema, sob a coordenação de Edilene Silva (UFRN) – na foto ao lado.
Marise Ramos, professora-pesquisadora da EPSJV e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), uma das participantes no debate, nos últimos quatro anos consolidaram- se os arranjos econômicos que impõem novas demandas para a educação. Segundo ela, a partir de 2006 iniciou-se um processo de mudanças na política econômica, que passou a priorizar ações concretas de incentivo e investimento no capital produtivo. “Antes disso, havia uma hegemonia do capital financeiro e um processo de desindustrialização. Com os investimentos produtivos e o crescimento de setores como o de petróleo, por exemplo, o Estado passou a intervir mais diretamente na economia – o que foi aprofundado diante da crise econômica de 2008. O Estado precisou voltar a agir na economia e no plano social, e isso incluiu a educação. Essa soma de fatores é muito semelhante com o que aconteceu nos anos 1960 e 1970, com o desenvolvimentismo associado a uma participação do Estado. O resultado, no campo da educação profissional, foi a valorização da educação profissional pública, que teve uma de suas expressões principais na política de expansão da Rede Federal de Educação Profissional”, avalia.
Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina, Edilene Silva é professora da Escola de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Educação Profissional, atuando principalmente nos temas “educação em enfermagem”, “ensino de enfermagem”, “educação profissional em saúde”, “formação e profissionalização de trabalhadores da área da saúde”. Para Edilene, os maiores desafios da Saúde na atualidade são o financiamento adequado e a oferta de políticas voltadas para a valorização e qualificação dos trabalhos da saúde. “Esses desafios podem produzir um forte impacto na qualidade da atenção prestada no SUS”, ressalta.
A pesquisadora acredita que a Abrasco, por meio da Comissão de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, foi assertiva em levar o Congresso para o Estado do Rio Grande do Norte. “Natal é uma cidade linda e acolhedora. Nossas instituições de ensino e saúde, especialmente a UFRN, estão dedicadas a ofertarem o melhor de si na organização deste evento. Por outro lado, estaremos facilitando aos nossos alunos o acesso ao evento, com discussões de alta qualidade e participação de nomes de expressão nacional. A Escola de Saúde da UFRN, da qual sou diretora geral, está empenhada em estimular a participação de seus alunos e professores, inclusive ofertando sua estrutura física para atividades relacionadas ao pré-congressso. Certamente, o 3º CBPPGS fará história no RN!”, disse Edilene Silva.
Agende-se:
Mesa Redonda – M6. Dia 2 de maio, terça-feira, de 14h00 às 16h00.
Desafios para a Qualificação Profissional no SUS
Com: Edilene Silva (ESUFRN); Marise Ramos (EPSJV) e Ondina Maria Chagas Canuto (SES-CE).