“O Brasil precisa escolher quais serão os legados da pandemia de Covid-19 para o país”. A recomendação é do epidemiologista Rômulo Paes de Sousa, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em entrevista ao Saúde Amanhã, projeto de prospecção estratégica para o SUS, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O pesquisador da Fiocruz Minas, cuja a carreira é dedicada ao estudo das iniquidades em saúde e políticas públicas, tem aprofundado suas investigações na perspectiva da pandemia. “Ao mesmo tempo em que revela a iniquidade em saúde em todo o mundo, a pandemia produz, ela própria, mais desigualdades. Então, é preciso que a pandemia de Covid-19 produza um legado à altura de seus impactos sobre as várias gerações que convivem com ela”.
Na entrevista concedida à jornalista Bel Levy, Paes de Sousa destaca que as consequências sanitárias, sociais, econômicas, ambientais desse evento único e complexo estão e estarão ligados diretamente às respostas dadas pelas nações e sociedades, tanto individualmente quanto pelas relações internacionais. Ao final, faz uma comparação com outra famosa pandemia do passado para reforçar a necessidade dessa compreensão social organizada e esclarecida para a saúde do Brasil nos próximos 20 anos.
“A gripe espanhola, que aconteceu há pouco mais de 100 anos, deixou um legado fundamental. Onze anos depois, passamos a contar com um Ministério da Saúde para coordenar as ações de Saúde Pública no Brasil inteiro – o que, até então, era feito por um departamento do Ministério do Interior. Então, é preciso que a pandemia de Covid-19 produza um legado à altura de seus impactos sobre as várias gerações que têm convivido com ela. Se o Brasil não fizer isso imediatamente, chegará atrasado para produzir uma resposta à altura do que esse momento histórico nos cobra. “. Clique e leia a matéria completa.