Uma leitura da conjuntura corajosa, sem ser nem fabulosa nem derrotista, sobre a política brasileira, o SUS e os desafios da saúde coletiva. Rosana Onocko Campos, presidente da Abrasco, participou nesta terça, 25 de outubro, do programa Redemoinho, do canal Tutaméia.
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No programa, Rosana falou da vacinação, nomeando o Programa Nacional de Imunização (PNI) como um dos “mortos pela Covid-19”, destacando o papel das políticas de saúde como políticas de Estado. “O PNI é patrimônio do povo brasileiro – é um exemplo de dispositivo de política que não pertencem a determinado governo, mas sim ao povo, que se organizou ao longo de muitos anos para a sua organização e que aumentou com a retomada da democracia e das formas de participação”.
A presidente da Abrasco destacou o papel de uma frente ampla para o enfrentamento do fascismo e do projeto anticonstitucional representado pelo atual governo. “Há muitas pessoas com as quais eu não concordo, como alguns artífices do liberalismo econômico, mas que têm declarado apoio ao presidente Lula por estarem dentro do campo democrático. Mesmo que as visões econômicas sejam divergentes, são pessoas que respeitam a Constituição”.
Ao fim, clamou pela construção de uma nova política de saúde e foco na atenção à população que realmente precisa do SUS: a maioria do povo brasileiro. “Hoje, não há mais do que 25% da população no setor privado da saúde. Se eu fosse um governante com o que deveria me preocupar? Com esses 25%, que bem ou mal tem a sua regulação, que também foi ruim e largada, ou com os demais 75% que só dependem do SUS? Concentraria no grupo que só depende do SUS e o que precisa ser resolvido ou comprado lá fora ser definido do jeito mais republicano possível”.