Focalizando a Saúde como um direito universal e um dever intransferível dos estados nação, Buss, em seu discurso de posse, reiterou os compromissos e a missão da Federação, expressos em suas 34 resoluções e conclamou todos os órgãos membros a integrarem no processo de construção de uma agenda ampliada de cooperação internacional pela saúde dos povos. Para o sanitarista, a desigualdade no acesso aos direitos constitucionais conquistados, o aviltamento dos direitos humanos, a violência expressa em todas as suas dimensões, dos conflitos armados entre nações às agressões físicas e psicológicas a mulheres e crianças, os modelos econômicos em curso e o processo de globalização adotado vem gerando e ampliando uma crise na saúde e na qualidade de vida dos povos, sem precedentes na história. “Hoje, mais que nunca, saúde é a expressão do desenvolvimento político e econômico sustentado pelas nações, não há e nunca houve saúde sem desenvolvimento. Cresce o consenso de que, sem um esforço coletivo, não seremos capazes de alcançar os Objetivos e Metas do Milênio. A miséria e a fome, a escassez na produção de alimentos, os conflitos intra e entre nações, o aquecimento global, vem gerando efeitos irreparáveis na qualidade de vida e saúde dos povos”, afirmou. Buss destacou também durante sua fala que não basta o reconhecimento das dividas sociais. “Aos Estados Nação, ao conjunto dos órgãos das Nações Unidas urge transformar a consciência da divida em políticas internacionais e resposta efetiva. Ao movimento civil internacional, urge a construção de uma agenda solidária pela garantia dos direitos e pela saúde dos povos. É bem vindo um novo contrato social em defesa da saúde pública internacional e a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública é um ator estratégico nesta construção”, concluiu.
Fundada em 1967, a Federação Mundial de Associações de Saúde Publica, que congrega 77 associações membros e representações em todas as macro regiões do mundo, é hoje a principal porta-voz da Saúde Pública no âmbito internacional.