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Sanitarista brasileiro assume presidência da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública

Juana Portugal

Paulo Buss, Presidente da Fiocruz.Neste domingo, 18 de maio, Paulo Marchiori Buss, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e presidente da Comissão Nacional de Determinantes Sociais de Saúde (CNDSS) assumiu a liderança da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (World Federation of Public Health Associations-WFPHA) em Genebra, Suíça, durante a cerimônia de encerramento de sua 42ª. Assembléia. Candidato ao cargo através da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), Buss foi eleito por unanimidade e, desde agosto de 2006, exercia a vice-presidência da WFPHA.

Focalizando a Saúde como um direito universal e um dever intransferível dos estados nação, Buss, em seu discurso de posse, reiterou os compromissos e a missão da Federação, expressos em suas 34 resoluções e conclamou todos os órgãos membros a integrarem no processo de construção de uma agenda ampliada de cooperação internacional pela saúde dos povos. Para o sanitarista, a desigualdade no acesso aos direitos constitucionais conquistados, o aviltamento dos direitos humanos, a violência expressa em todas as suas dimensões, dos conflitos armados entre nações às agressões físicas e psicológicas a mulheres e crianças, os modelos econômicos em curso e o processo de globalização adotado vem gerando e ampliando uma crise na saúde e na qualidade de vida dos povos, sem precedentes na história. “Hoje, mais que nunca, saúde é a expressão do desenvolvimento político e econômico sustentado pelas nações, não há e nunca houve saúde sem desenvolvimento. Cresce o consenso de que, sem um esforço coletivo, não seremos capazes de alcançar os Objetivos e Metas do Milênio. A miséria e a fome, a escassez na produção de alimentos, os conflitos intra e entre nações, o aquecimento global, vem gerando efeitos irreparáveis na qualidade de vida e saúde dos povos”, afirmou. Buss destacou também durante sua fala que não basta o reconhecimento das dividas sociais. “Aos Estados Nação, ao conjunto dos órgãos das Nações Unidas urge transformar a consciência da divida em políticas internacionais e resposta efetiva. Ao movimento civil internacional, urge a construção de uma agenda solidária pela garantia dos direitos e pela saúde dos povos. É bem vindo um novo contrato social em defesa da saúde pública internacional e a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública é um ator estratégico nesta construção”, concluiu.

Fundada em 1967, a Federação Mundial de Associações de Saúde Publica, que congrega 77 associações membros e representações em todas as macro regiões do mundo, é hoje a principal porta-voz da Saúde Pública no âmbito internacional.

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