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Saúde bucal como direito do povo brasileiro, defende 7ª Reunião Científica

Ampliar horizontes científicos e políticos e capilarizar a Saúde Coletiva, reafirmando o direito à saúde de forma integral. Realizada de 24 a 26 de julho, a 7ª Reunião de Pesquisa de Saúde Bucal Coletiva reuniu mais de 150 participantes oriundos de programas de pós-graduação e ampliou o debate sobre saúde e democracia junto as dentistas e demais profissionais da odontologia da academia e dos serviços. Ao fim do evento, os participantes reafirmam na Carta da Bahia a necessidade de fazer valer a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e demais instrumentos que fortaleçam o acesso a esta importante dimensão da saúde no Brasil.

A sede do encontro foi a Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), o que possibilitou a troca com grandes nomes do pensamento sanitário e social brasileiro lotados no Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA), como Luis Eugenio de Souza, presidente da Abrasco 2012-2015 que proferiu a Conferência de Abertura, e Lígia Vieira, que faz a exposição da primeira mesa-redonda.

+ Confira a matéria do ISC/UFBA sobre a 7ª Reunião Científica

As edições anteriores aconteceram nas universidades federais de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Minas Gerais e nas estaduais de Campinas e Piracicaba. Para a coordenação do Grupo Temático Saúde Bucal Coletiva da Abrasco, a estratégia da itinerância das reuniões tem sido fundamental para a consolidação do eixo dentro da Saúde Coletiva. “Quando começamos a descentralizar a atividade e ir para diferentes cidades e estados, percebemos que foi uma boa forma de captação de novos membros, de ampliação do raio de ação dos e das dentistas sanitaristas e uma forma de capilarizar a presença da Abrasco” destaca Sonia Chaves, docente da Faculdade de Odontologia da UFBA, pesquisadora do ISC/UFBA e presidente do encontro.

Essa capilarização, para Sonia, também é importante na construção da identidade sanitarista dos profissionais oriundos da odontologia, principalmente os dos serviços de saúde. “É um grande desafio o ou a dentista da rede sentir-se membros da Associação. Eles se formam sanitaristas, mas ainda é difícil chegar a esse grupo de especialistas, que não são pesquisadores, mas são fundamentais para suprir essa lacuna nos serviços” completa. A parceria e articulação para a construção do próximo Encontro Nacional dos Administradores e Técnicos do Serviço Público Odontológico (23º ENATESPO), a ser realizado em julho de 2020, também faz parte dessa estratégia.

A outra ponta da ação de fortalecimento e consolidação da Saúde Bucal Coletiva é o próprio debate sobre a agenda de pesquisa da área. A ampliação do acesso às ações e serviços em saúde bucal, cuidados integrais nas redes de saúde bucal, formação e prática profissional no SUS e controle popular foram alguns dos pontos apontados como prioritários para agenda debatida no encontro.

“O indicador de acesso à saúde bucal tem diminuído, o que impacta na consolidação das redes de saúde bucal e isso nos preocupa enquanto grupo e deve estar refletido tanto na ação política das instituições como na produção científica” registra Cristine Warmling, docente dos Programas de Pós-graduação Ensino na Saúde da UFRGS e Avaliação de Tecnologias para o SUS do Grupo Hospitalar Conceição/RS e integrante da coordenação do GT. Segundo dados do Ministério da Saúde, metade dos brasileiros, entre 35 e 45 anos, já perdeu ao menos 12 dentes. O país também é o terceiro no mundo com o maior número de ocorrências de câncer de boca, com média de 15 mil novos casos da doença por ano no Brasil, segundo dados do INCA.

Homenagens e Carta da Bahia: Além dos debates científicos e da integração pesquisa e serviço, a 7ª Reunião serviu também para manter viva a rede de afetos e prestar homenagens a sanitaristas pioneiros.

Na última sessão do evento, Carlos Botazzo e Paulo Capel Narvai, ambos da Faculdade de Saúde Pública da USP; Efigênia Ferreira, professora da Faculdade de Odontologia da UFMG; Samuel Moysés, docente da Faculdade de Odontologia da PUC-PR; e Maria Isabel Vianna e Jairnilson Paim, ambos docentes do ISC/UFBA, foram agraciados com uma lembrança que marca as importantes contribuições feitas por eles à produção científica e pensamento crítico na área.

Na sequência foi lida a Carta da Bahia, que reuniu os pontos centrais debatidos ao longo dos três dias e convoca entidades de classe, gestores, trabalhadores e movimento social para apoiarem a aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 8.131, proposto em 2017 no Senado Federal, e que tramita no Congresso Nacional que diz respeito à Saúde Bucal no SUS. “A PNSB tem uma importância de dialogar com todas as redes de saúde. Os municípios estão com dificuldade de implementar essas políticas e os indicadores estão em franca queda, o que exige uma política de saúde que envolva a singularidade desse profissional da odontologia que abraça a construção política e histórica do campo sanitarista” conclui Cristine. Confira a Carta da Bahia na seção Documentos da página do GT Saúde Bucal Coletiva.

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