Entre os dias 02 e 06 de maio, mais de 3 mil pessoas se reuniram em Roma, na Itália, para a 17° edição do congresso mundial de saúde pública da WFPHA (World Federation of Public Health Associations). Com o tema “Um mundo em turbulência: Oportunidades para focar na Saúde Pública”, o evento contou com a presença de diversos abrasquianos em sua programação.
A participação de pesquisadores brasileiros no evento foi bem recebida pela comunidade internacional. Para Luis Eugenio, Presidente da WFPHA e ex-presidente da Abrasco, esse comparecimento é uma prova da qualidade produção científica da Saúde Coletiva brasileira e da riqueza das práticas do Sistema Único de Saúde. “Sem dúvida, ao compartilhar seus conhecimentos e suas experiências, os sanitaristas brasileiros estão contribuindo para enriquecer o debate sobre a saúde global em sua evolução de uma prática marcada pelo colonialismo para uma prática voltada para a promoção da equidade em saúde”, afirma Luis Eugenio, que ressalta, também, a importância de se compartilhar, com mais de 3 mil pesquisadores de todo o mundo, o resultado de suas pesquisas.
A Abrasco participou institucionalmente da discussão das Federações Regionais, que contou com a presença e representação da nossa presidente, Rosana Onocko. Além disso, Rosana também integrou a programação dos grandes debates do evento, compondo a mesa sobre saúde mental e bem-estar. Segundo ela, a “Saúde mental é um tema importante e que está sendo muito debatido no pós-pandemia, principalmente pela lógica da sociabilidade no contemporâneo”.
A atuação da Abrasco não se limitou a um contato institucional: muitos abrasquianos participaram de mesas, debates e exposições. Fernanda Lopes, integrante do GT Racismo e Saúde, participou de uma mesa sobre sustentabilidade e equidade em saúde pública global.
Ela falou sobre a importância de defender um SUS que seja orientado para promover saúde e sobre as iniquidades vivenciadas pela população negra, pelos povos indígenas, migrantes e outros grupos cujos direitos são constantemente ameaçados. “O Congresso foi uma experiência ímpar para refletir sobre nossas potencialidades e desafios considerando as dimensões geopolíticas, a macroeconomia, as tendências globais e a lógica mercadológica no setor saúde, as políticas de austeridade, a transição demográfica global, a guerra, o refúgio e as migrações forçadas, as mudanças e as injustiças climáticas e ambientais”, destaca Fernanda
Ainda refletindo sobre a saúde das populações vulnerabilizadas, Felipe Tavares, do GT Saúde Indígena, participou de uma comunicação coordenada sobre diversidade, minorias e inclusão, apresentando uma pesquisa sobre mortalidade entre indígenas da etnia Guarani. Para Felipe, um evento internacional deste porte oferece uma oportunidade única para troca de experiências, conhecimentos e inovações relacionados à saúde pública em nível global. “O congresso foi um espaço para discutir desafios, oportunidades e para debater políticas públicas que pudessem melhorar a saúde e o bem-estar da população”, afirma.
Saúde Coletiva brasileira homenageada
O Cidacs/Fiocruz Bahia recebeu o prêmio “The Information and Data Distribution Award 2023” da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA). O Prêmio foi entregue à Maurício Barreto, abrasquiano e presidente de honra do Abrascão 2022. O reconhecimento foi pelo trabalho no uso de dados e pela produção de conhecimento em contextos adversos como a pandemia de Covid-19.