É grande o impacto da Covid-19 na população idosa. Mesmo não sendo os mais atingidos pela doença, são os idosos que mais morrem. Há escassez de dados estatísticos, principalmente em países mais pobres e os números, de casos e mortes, provavelmente são bem maiores do que os apresentados.
Corona Older é uma plataforma global, formada por uma rede de pesquisadores de diferentes universidades do mundo que surgiu com o objetivo de apoiar o compartilhamento de conhecimento e experiência no apoio à pesquisa, às políticas e às práticas, em países de rendas baixa e média, incluindo o Brasil.
Diante de estudo publicado em março, que apontava grande risco de morte por Covid-19 para idosos em países de baixa e média renda, pesquisadores foram criando ferramentas para prever a mortalidade pela doença em diferentes países por faixa etária. As calculadoras não tinham por objetivo estabelecer previsões, mas sim cenários potenciais de infecção. Tal recurso foi visto como uma maneira rápida de chamar a atenção dos formuladores de políticas para os impactos desproporcionais que a pandemia provavelmente teria sobre os idosos em todos os países.
Karla Giacomin, do ILC Brasil e integrante do Grupo Temático Envelhecimento e Saúde Coletiva da Abrasco, é uma das pesquisadoras envolvidas na iniciativa. Em participação em painel da Abrasco que discutiu a questão das Instituições de Longa Permanência para idosos, em agosto, a pesquisadora afirmou ser necessário pensar no cuidado à população idosa e quebrar preconceitos em relação à saúde desta população, em expansão no Brasil.
A Saúde do Idoso tem sido pauta frequente das atividades da Ágora Abrasco. Temas como a importância dos recursos e das ações básicas; o envelhecimento em territórios vulneráveis; racismo; questões de gênero e sexualidade; e o cuidado com a saúde bucal estiveram presentes em debates, mostrando que a resistência é fundamental para acabar com o preconceito e com a invisibilidade.