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Saúde perde o sanitarista gaúcho Ciro de Quadros

Bruno C. Dias

Um dos primeiros cientistas brasileiros à frente da coordenação dos programas de imunização da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o epidemiologista Ciro de Quadros faleceu na tarde da quarta-feira, 29 de maio, em Washington, nos Estados Unidos. Nascido em Rio Pardo (RS), Quadros ingressou no curso de Medicina da antiga Escola Católica de Medicina da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre, atual Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Ao se formar, foi contratado pela Fundação SESP para trabalhar em Pernambuco e, posteriormente, no Pará.

Sua primeira experiência em campanhas de imunização aconteceu durante o trabalho junto à Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, quando participou formação de um núcleo epidemiológico em nível estadual. O trabalho iniciado no combate à varíola chamou atenção internacional, motivando o convite para trabalhar na campanha da varíola na Etiópia, em 1970, onde ficou por oito anos.

Ao sair da Etiópia, foi chamado a participar pela OPAS na organização mundial do Programa Ampliado de Imunizações (PAI). Funcionário da Organização até 2002, desempenhou por anos o cargo de diretor da Divisão de Vacinas e Imunizações, com a responsabilidade de, entre outras coisas, assessorar os países-membros da entidade na implementação de políticas e estratégias de vacinação. Desde 2003, o médico gaúcho trabalhava como vice-presidente executivo no Sabine Vaccine Institute.

O trabalho de Ciro foi determinante nas campanhas de erradicação da varíola, da poliomielite e do sarampo, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento da saúde no continente americano. Em reconhecimento, recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o título de “Herói das Américas em Saúde Pública”. Diversas instituições do setor, como o Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, e a Abrasco, expressam pesar pela perda e prestam homenagens ao cientista, eternamente marcado na lista dos principais sanitaristas brasileiros.

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