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Simpósio da Comissão de Ciências Sociais e Humanas debate especificações da extensão universitária

É sabido de todos que o modelo universitário brasileiro é baseado no tripé ensino-pesquisa-extensão. Mas, num cenário político recessivo e de fragmentação das ações e atividades educativas, quem é o maior prejudicado nesta constituição? Responder esse e outros questionamentos e pensar na necessidade de ações intensivas e efetivas na relação universidade e sociedade foram alguns dos objetivos do Segundo Simpósio da Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, organizado pela Comissão de Ciências Sociais e Humanas da Abrascão e que ocorreu nos dois dias (27 e 28 de julho) do período pré-congressual do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o Abrascão 2015.

Com o título A Extensão e as Ciências Sociais e Humanas: práxis cientifica, social e política na Saúde Coletiva, a atividade contou com a participação de cerca 20 pesquisadores da área das Ciências Sociais e Humanas que debateram as especificidades de atuação da extensão universitária e sua interrelação com a pesquisa e o ensino na prática diária de docentes e pesquisadores da área da Saúde Coletiva.

Leny Trad, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), foi uma das palestrantes convidadas e relatou a dificuldade de se capturar as ações de grande parte dos projetos de extensões. “Quando não possuem atividades explícitas são projetos extensos e que não deixam às claras suas próprias ações”, avaliou Leny, coordenadora do Programa Integrado Comunidade, Família e Saúde e do Projeto Juventude Negra no Nordeste do Brasil: violência, racismo institucional e proteção social – ambos no ISC/UFBA. Ela apontou ainda alguns elementos que têm levado os projetos de extensões à ‘”invisibilidade”: imprecisão, baixa valorização da atividade no contexto acadêmico e pobreza metodológica, que, mesmo quando contam com inovações, sequer são relatadas, ou mesmo são rejeitadas.

Diante do contexto exposto na palestra, Leny considera “esse simpósio fundamental para pensar as políticas universitárias de extensão”. Além de Leny Trad, o debate contou com a participação de Pedro José Santos Carneiro Cruz, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Roseni Pinheiro, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj); Monica Nunes, também do ISC/UFBA, e Elza Melo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Tatiana Engel Gerhardt, coordenadora da Comissão e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGSC/UFRGS), mostrou-se feliz pelos resultados alcançados pelo simpósio. “Nós avançamos bastante em relação ao primeiro evento, quando começamos a pensar quem somos e como fazemos a extensão universitária no âmbito das Ciências Sociais Humanas e Sociais em Saúde. Já estamos mais engajados até mesmo por essa dinâmica do simpósio e pelo o que ele pode representar – e trazer, para a Comissão e para além desse campo, questões importantes e bandeiras de luta”, ressaltou Tatiana, que frisou ainda a atividade como parte do projeto de pesquisa da Comissão que está mapeando o perfil de cientistas sociais atuante no campo da Saúde Coletiva.

Também participaram outros membros da Comissão: os docentes Reni Aparecida Barsaglini, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Maria Helena Mendonça, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e Luis Eduardo Batista, do Instituto de Saúde (ISS/SESP), que coordenou as mesas-redondas no simpósio.

O vice-coordenador Luis Eduardo Batista exaltou a importância do compartilhamento das experiências dos palestrantes: “Essas intervenções nos possibilita debater as possíveis contribuições da Comissão de Ciências Sociais e Humanas da Abrasco para a Saúde Coletiva”.

Dentre os vários encaminhamentos feitos pelos pesquisadores presentes, um dos que mais recebeu apoio foi o de uma publicação na Revista Ciência & Saúde Coletiva, da Abrasco, com a síntese das ideias e as experiências compartilhadas. O 2º Simpósio assinala a continuidade do projeto político-pedagógico definido pela Comissão em janeiro de 2014, quando foi deliberada a organização de quatro simpósios para a construção do plano diretor do organismo. O primeiro encontro ocorreu ano passado, nas prévias do IX Congresso Brasileiro de Epidemiologia, e debateu o ensino das Ciências Sociais e Humanas nas graduações e pós-graduações da área da Saúde.

Sétimo Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde – Na terça-feira (28), o grupo voltou-se às decisões referentes ao Sétimo Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, que será realizado de 6 a 10 de setembro de 2016, no campus sede da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, em Cuiabá. A ideia foi utilizar o Abrascão 2015 para lançar o tema do evento, segundo Tatiana Engel Gerhardt. “Fizemos um jogo de palavras com as adversidades do momento atual que estamos vivendo e com a questão de trabalhar a diversidade”, disse ela. O tema oficial será “Pensamento crítico, emancipação e alteridade: agir em saúde na (a) diversidade”.

Uma reunião da coordenação da Comissão será realizada em 5 e 6 de outubro deste ano para definir quantos e quais os Grupos de Trabalho (GTs) estarão aptos para participar do Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde de 2016. A imagem escolhida para representar o tema da conferência é do fotógrafo Mike Bueno, que capturou um dormitório de pássaros na baía Sinhá Mariana, no pantanal mato-grossense.

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