Os mecanismos e as possibilidades para aprimorar a gestão de carreiras e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) foram os temas centrais da segunda mesa “Carreiras no SUS: Obstáculos e Alternativas”. Intitulada “Alcances e Limites de alternativas e experiências de constituição de carreiras no SUS”, o encontro aconteceu na última segunda-feira (11) e é fruto de uma parceria da Abrasco com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz).
A coordenadora do GT Trabalho e Educação da Abrasco, Janete Lima de Castro, conduziu o debate. Os convidados foram o professor da Unicamp e ex-presidente da Abrasco, Gastão Wagner de Sousa Campos; o professor da UFBA, Hêider Aurélio Pinto; e a diretora de Gestão de Pessoas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Luciana de Gouvêa Viana.
O professor Gastão Wagner abordou os desafios políticos e técnicos que envolvem o redesenho de carreiras do SUS e a necessidade de desconstruir a ideia da terceirização como alternativa positiva. Para o pesquisador, é preciso defender o Sistema de saúde e colocar o trabalho e o trabalhador no centro dessa discussão.
“A gente não vai conseguir mudar a política e a gestão de pessoal e criar carreiras para o SUS se junto com esse movimento não fizermos o movimento de defesa do SUS e humanização do SUS, de defesa também do usuário. A carreira é a qualificação do SUS”, explicou Gastão.
O pesquisador Hêider Aurélio Pinto continuou o debate e apresentou experiências de gestão já adotadas no Brasil, como forma de refletir sobre a consolidação das carreiras no SUS. “O foco deve ser em aprendizados com experiências que buscam enfrentar alguns desafios do SUS. São elementos como gestão, relações interfederativas, financiamento e governança, para pensar nos avanços e obstáculos, bem como a viabilidade”, detalhou.
Entre as experiências apresentadas pelo professor estão os Consórcios Interfederativos da Bahia e do Ceará, que congregam municípios e o estados (BA e CE), por região de saúde, para gerir de forma mais eficiente os serviços e a contratação dos profissionais.
A diretora de Gestão de Pessoas da EBSERH, Luciana de Gouvêa Viana, encerrou as atividades da mesa e trouxe contribuições sobre a gestão de 41 hospitais universitários federais e quase 60 mil trabalhadores. A gestora enfatizou a importância de pensar um plano com uma boa remuneração. “Fizemos uma pesquisa e a mediana do mercado foi utilizada para parametrizar os salários. Há aumento com dissídio anual, e carreira celetista por concurso público”, afirmou.
Clique aqui e confira, em detalhes, como foi a mesa “Carreiras no SUS: viabilidade e desafios”