“As mães de crianças acometidas pela microcefalia e outras questões, consequência da síndrome congênita do Zika, são, majoritariamente pobres e negras. As mulheres com mais dinheiro tiveram a oportunidade de se defender da infecção – durante a gestação conseguiram comprar os repelentes, que são caros, e não eram distribuídos pelo SUS – e também puderam interromper a gestação. Como o aborto é proibido no Brasil, as mulheres mais pobres não têm acesso aos métodos seguros, e colocam em risco a própria vida”, disse Maria Glória Teixeira (UFBA e Cidacs/Fiocruz), durante mesa que debateu Zika e o “pós” epidemia, na semana passada (7/12).
Além da pesquisadora, participaram como expositores Bernadete Perez (UFPE), vice-presidente da Abrasco, e Parry Scott (UFPE). Ana Paula Melo (CAV/UFPE), Carlos Machado de Freitas (ENSP/Fiocruz), Cipriano Maia (SES RN/UFRN), Claudio Maierovitch (Fiocruz/ Brasília), Fernanda Lopes (GT Racismo e Saúde Abrasco) e Lígia Kerr (UFC) estiveram presentes como debatedores. O painel A epidemia zika e o devir nas emergências sanitárias foi coordenado por Gastão Wagner (Unicamp).
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