As entidades abaixo-assinadas vem a público prestar solidariedade aos trabalhadores da saúde do município do Rio de Janeiro que estão sofrendo com o desmonte da política de saúde que o prefeito Marcelo Crivella está implementando desde 2017 e que se aprofunda com o não pagamento dos salários dos meses de outubro e novembro.
Ao longo de 3 anos, o prefeito demitiu mais de 200 equipes de Saúde da Família, diversos profissionais do NASF, desmontou o programa de atenção domiciliar, trouxe retrocessos à política de saúde mental e ao cuidado à população em situação de rua, além da sobrecarga das equipes e da falta de insumos. Num cenário de agravamento das condições de vida do povo pelo desemprego e pela carestia (o preço da carne e do gás de cozinha, por exemplo), o direito constitucional à saúde é cruelmente desrespeitado pelo prefeito e a situação carioca ganha destaque na mídia local e nacional.
Hoje, inicia-se uma greve da saúde municipal de 48h com 100% de paralisação das equipes de Saúde da Família e de 70% nas UPAs e hospitais de urgência. É insustentável permanecer trabalhando há mais de 2 meses sem salário, com muitos trabalhadores sem ter o que comer, sem dinheiro para pagar transporte, aluguel, fatura de cartão de crédito.
É fundamental sermos solidários aos trabalhadores da saúde do Rio de Janeiro e à população que sofre com o desmonte da política pública promovido pelo Crivella. O Judiciário precisa completar o arresto das contas do município para que os salários e o décimo terceiro possam ser pagos. Caso contrário, o prefeito Marcelo Crivella deve ser responsabilizado por um natal de fome e de mortes de pacientes por condições evitáveis na área da saúde.
10 de dezembro de 2019
Assinam esta nota:
Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres)
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)
Associação Brasileira Rede Unida
Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes)
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares