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Sônia Venâncio fala da história do Instituto de Saúde

Marcio Derbli, especial para Abrasco

Sônia Isoyama Venâncio, diretora assistente do Instituto de Saúde – Reprodução YouTube

Sônia Isoyama Venâncio é Diretora Assistente do Instituto de Saúde (IS). Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (1989), mestrado em Nutrição em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (1996) e doutorado em Nutrição em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (2002). Coordenou vários projetos de pesquisa, dentre eles o Programa de Aprimoramento Profissional do IS. É docente colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP e Coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde. A entrevista é do jornalista Marcio Derbli para o Portal Abrasco.

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O que marca a história do Instituto de Saúde?
Sônia Isoyama Venâncio: A marca do Instituto sempre foi a inovação em Saúde Coletiva. Desde a sua criação a estratégia foi utilizar a pesquisa e a evidência científica para apoiar as políticas públicas da Secretaria Estadual de Saúde. Ao longo do tempo esse papel foi se moldando às necessidades das políticas de saúde.

Por exemplo?
Sônia Isoyama Venâncio: Inicialmente, o Instituto tinha uma participação na assistência, nos programas da Secretaria. Com o advento do SUS [Sistema Único de Saúde], essas áreas de assistência foram deslocadas para outros setores e o Instituto assume uma identidade de pesquisa em saúde pública para apoiar a formulação, a avaliação e a implementação das políticas de Saúde. Nessa trajetória surgiram algumas áreas que se tornaram incubadoras de políticas, como o enfrentamento da Aids, a saúde do trabalhador e várias outras iniciativas, que foram formuladas aqui e, depois, incorporadas como políticas públicas.

E depois dessa incorporação das políticas, o que acontece?
Sônia Isoyama Venâncio: Nem sempre as linhas de pesquisas permanecem. Elas se sucedem. Algumas vêm se consolidando desde o início, como por exemplo, as pesquisas sobre saúde sexual e reprodutiva, que exigiram a adoção de estratégias inovadoras (e polêmicas), como a boneca Gertrudes (uma boneca utilizada como instrumento educativo para profissionais de saúde, na década de 1980). As estratégias sobre educação em Saúde sempre foram outra marca do Instituto. Saúde da criança, aleitamento materno e saúde mental também tiveram um papel importante nas pesquisas do Instituto, entre outras.

Por que essas mudanças ocorrem?
Sônia Isoyama Venâncio: À medida que o SUS vai avançando, junto com as condições de saúde da população, o foco das pesquisas vai mudando. Por exemplo: a municipalização da Saúde, depois a regionalização, o financiamento, a regulação, tudo isso exige adaptação às demandas.

Quais as demandas mais recentes?
Sônia Isoyama Venâncio: A incorporação de novas tecnologias exige que elas sejam avaliadas com cuidado, para evitar tanto riscos quanto custos desnecessários. É preciso estabelecer critérios científicos para apoiar a tomada de decisão sobre a utilidade e conveniência da adoção delas, seguindo também as diretrizes do Ministério da Saúde.

Os profissionais de saúde também exigem adaptação a essas mudanças?
Sônia Isoyama Venâncio: Sim, desde o início há essa preocupação por meio de alguns programas, como o de Aprimoramento Profissional em Saúde Coletiva, que envolve os profissionais recém-formados nas políticas de Saúde, por meio de um curso de especialização. Mais recentemente, foi instituído o CurSUS, um programa de aperfeiçoamento de profissionais que atuam no SUS, a partir das pesquisas desenvolvidas pelo Instituto. E, desde 2010, há o Programa de Mestrado Profissional, que faz uma ponte entre as necessidades da população e a produção de conhecimentos.

Quais as perspectivas para o futuro?
Sônia Isoyama Venâncio: O caminho é continuar pensando na formulação e adoção de novas tecnologias e políticas públicas, e encontrar os métodos que permitam implementar essas inovações em larga escala. Essas são as duas áreas de maior interesse do Instituto: a inovação social em Saúde Coletiva – tão importante quanto a inovação tecnológica em medicamentos e equipamentos -, e a inovação em gestão de políticas públicas de Saúde. Essas áreas ainda são pouco estudadas no Brasil, mas pretendemos aprofundar essas pesquisas, em conjunto com entidades nacionais e internacionais, para poder apoiar a gestão nessa etapa da implementação de soluções em larga escala.

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