“O 9º Simbravisa representou uma consolidação do encontro entre a vigilância popular em saúde e a educação popular em saúde”, afirmou Pedro Cruz, diretor da Abrasco e professor da UFPB. Além dessa troca estar presente na programação científica, também se fez palpável na Tenda Paulo Freire: ao longo dos dias do evento, aconteceram rodas de conversa, atividades culturais e de cuidado coletivo.
Segundo Cruz, a educação popular traz um convite para a vigilância em saúde enxergar o protagonismo que os indivíduos têm para refletir sobre as condições de saúde – em sua casa, em seu território – e propor ações de melhoria. Permite, portanto, pensar em abordagens de ação compartilhada: “Não é desmerecer o saber técnico dos profissionais e gestores de saúde, é dizer que a ação da vigilância nos territórios vai ser mais potente e transformadora se compartilhada com a comunidade, seus saberes e suas práticas locais”, explicou.
A tradição da Tenda Paulo Freire nos eventos da Abrasco corrobora com esse propósito. Para Danilo Costa, professor da UFPB e integrante do GT Saúde do Trabalhador/Abrasco, o espaço foi organizado para trazer ao 9º Simbravisa atividades pautadas na horizontalidade dos saberes, e com ampla participação. “A gente pensou a tenda a partir da discussão em âmbito da vigilância popular de base territorial e participativa. Entendemos que os movimentos sociais têm um conhecimento, uma forma de agir, uma riqueza de fazer esse encontro e possibilitar essas trocas”.