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 NOTÍCIAS 

Todas as cores de Saura – Resposta à carta aberta do Prof. Gabriel Cohn

Aylene Emília Moraes Bousquat

Consternada, sinto-me na obrigação de responder às graves acusações pessoais recebidas, publicamente, através do texto do Prof. Gabriel Cohn, que tomei conhecimento através de colegas e amigos.

Fui acusada de arquitetar a demissão da Profª. Amélia: à época era vice-coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva e jamais tomei qualquer atitude que desrespeitasse a sua honra e imagem. Diferentemente de outras instituições, na Unisantos os professores do Mestrado e do Doutorado estão vinculados institucionalmente ao próprio Programa de Pós-Graduação, e não aos distintos cursos ou faculdades. Esta particularidade explica a convocação da Coordenação Geral da Pós-Graduação e demais professores para a entrega da carta de demissão, por mais penosa que fosse esta tarefa. Particularmente, apesar de convocada, solicitei não participar desta reunião pois, diferentemente do que o texto do Prof. Gabriel supõe, seria mais um momento extremamente doloroso para mim.

Cabe dizer que o Prof. Gabriel foi econômico na descrição da relação que tive com a Prof.ª Amélia; é verdade que foi uma exitosa relação de mestre-aluno, mas não foi apenas isso, foi uma grande amizade que se estendeu a toda família; compartilhamos diversos momentos, alguns delicados, por vários anos. Infelizmente, por motivos dos mais diversos, esta relação mudou drasticamente de  formato há cerca de dez anos – uma ruptura – e é com pesar que torno este fato público. Mantivemos, desde então, uma relação profissional, inclusive com atividades de docência em conjunto. Neste novo patamar de relacionamento não considerei apropriado um contato posterior.

Resta ainda me pronunciar sobre as graves acusações à banca de seleção de docentes que presidi em dezembro. Assumi a presidência da banca não por motivos escusos, mas como forma de contribuir para o fortalecimento do Programa, pois me desligarei da Universidade no começo de 2014. Vale lembrar que as universidades comunitárias não estão obrigadas a realizar processo seletivo, deste modo a saída de um professor não é atrelada à entrada de outro e vice-versa. O processo seletivo foi honesto e público, regido por Edital com validade de um ano. Dos candidatos inscritos, alguns foram reprovados e os demais classificados, como é usual em seleções. Vale lembrar que os perfis dos candidatos aprovados são muito distintos do da Profª. Amélia.

Estranhamente, a simples leitura das primeiras palavras do título do texto do Prof. Gabriel Cohn me remeteu quase de imediato a minha adolescência, na qual os filmes de Saura foram marcantes. As complexas relações humanas e sociais, as paixões, as danças, os dramas. Com uma nitidez impressionante me voltaram versos escritos em 1984:

“Giraram meu sonho
Todas as cores de Saura
Se perderam nos Caleidoscópios
Em formato de gente”

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