Desde a tarde de quarta-feira, 08, trabalhadores concursados, terceirizados, bolsistas, aposentados, além de estudantes, pesquisadores e ativistas sociais de demais movimentos tomaram corredores, salas e marcam presença na entrada da sede do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (MS/Nerj). O movimento junta-se em uma corrente de ocupações já iniciadas na capital baiana em 30 de maio, em Belo Horizonte, em 03 de junho, e em Florianópolis nesta segunda, dia 06. Além das ocupações, diversos hospitais e postos de saúde, unidades básicas e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no estado de São Paulo vem realizando abraços simbólicos e manifestações. As atividades compõem e se somam à Semana Nacional de Mobilizações em defesa do SUS e da Seguridade Social e às manifestações do #ForaTemer, convocadas pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, para amanhã, sexta-feira, dia 10 de junho, em todas as capitais do país, diversas grandes e médias cidades e até metrópoles do exterior. Confira aqui o site oficial da FBP, com locais e horários das manifestações.
Cornelis Von Stralen e Eli Iola Gurgel, ambos professores do departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade de Minas Gerais (UFMG) e, respectivamente, presidente do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) e vice-presidente da Abrasco, debateram junto com Djalma de Paula, dirigente da CUT-MG, sobre o papel da Reforma Sanitária com os participantes do Ocupa MG no última sexta-feira, dia 04. “Achamos importante da simbologia desse movimento, que indica que o povo precisa ocupar o ministério, precisa defender o sistema único de saúde, lutar pelo SUS”, disse Eli Iola Gurgel, professora do UFMG, em vídeo gravado pelo site Saúde Popular.
Nesta terça-feira, 07, foi a vez de Jairnilson Paim, professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), conversar com os manifestantes do Ocupa SUS BA no debate Da Reforma Sanitária ao Sistema Político, junto com Livia Angeli. “A minha participação foi motivada pelo convite do movimento OcupaSUS e pelo compromisso com as propostas discutidas no Fórum da Reforma Sanitária Brasileira, envolvendo mais de 20 entidades, instituições e coletivos, sintetizada na bandeira de luta Nenhum direito a menos. Como militante do movimento sanitário e membro do Cebes e da Abrasco, destaquei a relevância da defesa do SUS e da ampliação da base social e política da Reforma Sanitária, bem como a oportunidade que se instala na conjuntura para as forças progressistas da sociedade civil aprofundarem a democracia, considerando o conceito ampliado de saúde e a transversalidade dos direitos sociais e humanos”. Amanhã, diversas atividades serão promovidas no campus-sede da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro pelo movimento #OcupaFiocruz, que se somará depois à manifestação no centro da capital fluminense.
Como deliberado no Fórum da Reforma Sanitária, realizado na última sexta-feira, 04, em São Paulo, a Abrasco e demais entidades se somarão às manifestações de amanhã, dia 10. Em que pese e possa ser objeto de crítica o grande leque de bandeiras que se somam e se aglutinam em tais movimentos, o Fórum deliberou pela bandeira”Nenhum direito a menos”, na compreensão de que é inaceitável vermos os atuais mandatários da nação falarem que a saúde não cabe no orçamento e de que o atual momento exige o posicionamento de cada defensor do SUS e dos direitos sociais, de cada um de nós como centelha da própria esperança da vitória e da construção de uma saúde universal, integral, pública e em busca da equidade e dos demais direitos sociais.
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