Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas – Unicamp, com pós-doutorado na Universidade de Paris XIII, França, a professora de Sociologia na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, Graça Druck de Faria falou sobre o “Trabalho e Estado no capitalismo contemporâneo”, em sua conferência durante o 7º Simbravisa. Graça é autora de Terceirização: (des)fordizando a fábrica – um estudo do complexo petroquímica da Bahia e coautora de A perda da razão social do trabalho: terceirização e precarização.
A sua tese de doutorado, defendida em 1995 e publicada em livro em 1999, já chamava atenção para o processo de terceirização no mercado de trabalho, fazendo uma análise do resultado de uma pesquisa realizada no Polo Petroquímico de Camaçari, que cobriu o universo das fábricas no início dos anos 1990, onde a terceirização já era uma realidade – “Dez anos depois, em 2005, realizamos outra pesquisa no Polo, cujos resultados foram publicados no livro A Perda da Razão Social do Trabalho: terceirização e precarização, organizado por mim e por Tânia Franco. Nesse período já se constatava um crescimento vertiginoso da terceirização na indústria petroquímica, atingindo setores nucleares das fábricas, a exemplo da manutenção e mesmo operação, o que mudava eram as novas formas utilizadas: cooperativas, pejotização, ONGs, “empresa filhote”. Os diversos setores pesquisados nos anos 2000 — bancários, call centers, petroquímico, petroleiro, construção civil, além das empresas estatais ou privatizadas de energia elétrica, comunicações e dos serviços públicos de saúde e educação — revelam, além das estatísticas que indicam o crescimento da terceirização, as múltiplas formas de precarização dos trabalhadores terceirizados em todas estas atividades: nos tipos de contrato, na remuneração, nas condições de trabalho e de saúde e na representação sindical. Retratam uma evolução que eu caracterizo como uma epidemia da terceirização, no quadro de uma precarização social do trabalho que atinge todas as atividades e todos os segmentos de trabalhadores, mesmo que de forma hierarquizada”, pontua Graça.
A TV Abrasco ouviu a professora sobre os assuntos abordados durante o Simbravisa de Salvador, confira: