Com mais de 1.100 inscrições provenientes de 28 municípios do estado e de 32 universidades do eixo- sul-sudeste, resultando na presença efetiva de mais de 790 participantes, o III Congresso Catarinense de Saúde Coletiva e o I Seminário de Bioética e Saúde Coletiva foi um sucesso. A atividade, realizada nos últimos dias 29 e 30 de agosto, foi promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC/UFSC) e abriu uma oportunidade para que docentes, estudantes e profissionais catarinenses das áreas da Saúde Coletiva e Saúde Pública pudessem refletir sobre práticas e pesquisas em conexão com os fundamentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Ao longo dos 20 anos de existência do PPGSC/UFSC, consolidamos o Programa como um espaço de reflexão, proposição e crítica da Saúde Coletiva no estado, com desenvolvimento de pesquisas e projetos de extensão em parceria com os serviços de saúde. Manter essa interlocução é fundamental para a interface teoria-prática, algo crucial na área da Saúde Coletiva”, explica Josimari Telino de Lacerda, professora do programa e presidente do congresso.
A abertura foi na manhã do dia 29 e lotou o auditório do Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), contando com a participação do reitor Luís Carlos Cancellier de Olivo, do pró-reitor Sérgio Fernando Torres de Freitas, do chefe do Departamento de Saúde Pública (SPB/UFSC) Fabrício Augusto Menegon, e das professoras organizadoras, Josimari Telino de Lacerda e Marta Inês Machado Verdi.
Após homenagens aos professores aposentados e ex-coordenadores do PPGSC e da apresentação do grupo artístico do Núcleo de Estudos da Terceira Idade da UFSC, o vice-presidente da Abrasco e professor associado do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj) Eduardo Faerstein fez a apresentação Desafios contemporâneos para a defesa do SUS: por uma sociedade justa e democrática, na qual traçou o histórico das lutas pelo direito à saúde e os atuais embates por que passa o modelo da universalidade.
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Para Faerstein, é fundamental a Abrasco estar em contato mais próximo com a produção de conhecimento que brota dos mais variados espaços universitários brasileiros. “Nosso país é muito grande, e acontece muita coisa boa por aí no campo da Saúde Coletiva. É muito importante a presença da Diretoria da Abrasco nesses eventos e sua reverberação pelas nossas mídias. Essas trocas fortalecem a nossa área como um todo, assim como o Movimento da Reforma Sanitária brasileira”, reforça. O evento contou também com a participação do professor titular do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (DSC/FS/UnB) e Volnei Garrafa, um dos principais nomes da Bioética brasileira.
A dimensão formativa do evento é o principal destaque para Josimari. “Congressos como este têm a finalidade de instrumentalizar os discentes para a organização de eventos. Trata-se de um processo pedagógicos em que eles se apropriam de processos administrativos próprios da gestão pública na utilização de recursos, inclusive financeiros. Nesta terceira edição contamos como uma comissão organizadora composta por 43 discentes de mestrado e doutorado, cinco professores e da coordenação do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Os alunos propuseram desde o layout do site até a organização dos espaços físicos, passando pelo controle das inscrições e submissões e seleção dos trabalhos. Foi uma experiência rica no protagonismo estudantil, e ficamos felizes e ver como eles se apropriaram do processo e se reconheceram como grupo”, atesta a professora.
Esse fortalecimento é expresso nos números. Foram inscritos 313 resumos dos quais foram selecionados 200 (176 pôsteres e 24 comunicações orais), contemplando 100% da capacidade física do local. Os trabalhos apresentados foram avaliados por uma comissão de professores especialistas de cada uma das áreas temáticas (Ciências Sociais e Humanas em Saúde, Epidemiologia, Políticas públicas, Gestão e Avaliação em Saúde, e Bioética). Os oito melhores trabalhos foram premiados, um de cada área e em ambas as modalidades. Uma das principais atividades foi a mesa composta por coordenadores dos quatro programas de pós-graduação da área de Saúde Coletiva com sede em Santa Catarina. “Pudemos nos reconhecer como parceiros e delinear estratégias de superação dos desafios da pós-graduação em nível estadual”, ressalta Josimari. Confira no site do SPB/USFC a cobertura completa.