Pesquisar
Close this search box.

 NOTÍCIAS 

Uma programação com Igualdade nas Diferenças

Na tarde da sexta-feira 27 de setembro, sob uma tenda batizada com o nome da educadora paraibana Palmira Lopes, cerca de duas mil pessoas participarão da cerimônia de abertura da oitava edição do Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco. Será oficialmente o início do encontro e ainda o momento alto das comemorações dos 40 anos da Associação que foi criada em 1979:  estudantes, pesquisadores e professores, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde – SUS e também ativistas ligados aos mais variados movimentos sociais serão os atores deste momento importante na história abrasquiana.

Além da mesa de abertura, a cerimônia contará com a debate “O Campo da Saúde Coletiva” com a professora Ligia Maria Vieira, do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia e participação da pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Tatiana Wargas e ainda um momento dedicado aos presidentes e secretários-executivos da Abrasco, que será coordenado pelo superintendente do Canal Saúde, Arlindo Fábio Gómez de Sousa, que presidiu a Abrasco de 1991 a 1993. O dia termina em festa ao som dos acordes da sanfona, cavaquinho, zabumba e triângulo do grupo paraibano de forró “Os Fulano” que mistura em sonoridade a poesia nordestina.

Nos três dias seguintes 2 Debates-emergentes, 1 Ato-Público, 1 Plenária, 38 Mesas-redondas, 22 Oficinas, 10 Cursos, 17 Lançamentos editoriais e 14 Reuniões comporão a programação científica do 8º CBCSHS: em mais de 11 horas diárias de atividades. Além do tema central “Igualdade nas diferenças: enfrentamentos na construção compartilhada do bem viver e o SUS” o Congresso jogará luz em questões como: Violência Obstétrica; Antropologia da Saúde; Necropoder; Saúde nas Prisões; Educação Popular; Saúde da População LGBTI+ ; Fakenews na Saúde; Políticas Públicas de Saúde; as contribuições do Nordeste para SUS; Saúde Indígena; Neofascismo ; Aids; Privatização do SUS; Equidade Racial em Saúde; Saúde dos Povos Indígenas e Quilombolas; Ativismos Digitais; Ciência e Tecnologia; Saúde de populações em situação de vulnerabilidade; Aborto e Contracepção sob ameaça; Agroecologia; Raça, Gênero e Deficiência e ainda Atenção Primária em Saúde como estratégia rumo ao acesso e à Cobertura Universal no Brasil.

Os Debates emergentes serão momentos especiais no Congresso, o primeiro, que acontecerá na manhã de sábado, 28 de setembro, abordará as Epistemologias do Sul, Interculturalidade e Saúde Coletiva e contará com a participação dos professores José Francisco de Melo Neto; João Arriscado Nunes e Elisa Pankararu. O segundo terá lugar na tarde de domingo 29 de setembro e colocará em pauta A Perspectiva do Bem-Viver e a Defesa do SUS: Obstáculos na Atual Conjuntura e Perspectivas de Enfrentamentos, com a opinão de Paulo Henrique Novaes Martins de Albuquerque; Clóvis Ambrósio Macuxi e Fernanda Lopes.

Sobre os palestrantes do Debate Emergente Epistemologias do Sul, Interculturalidade e Saúde Coletiva

Para o professor João Arriscado Nunes, investigador do Centro de Estudos Sociais e Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, as Epistemologias do Sul propõem que a saúde e a doença, o sofrimento e a cura, o agravo e as formas de cuidar, sejam abordados através das formas de luta que emergem na luta contra as dinâmicas capitalista, colonialista e patriarcal que se potenciam mutuamente para criar formas de dominação, opressão e exclusão, criando e perpetuando zonas de não-ser e de predação, de destruição ecológica e de modos de existência, e de exclusão abissal de uma parte crescente da população mundial.

Desde 1994 a Mestranda em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco, Elisa Urbano Ramos, tem lutado em busca de uma educação de qualidade para o povo indígena. Indígena Pankararu, Elisa é coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.

José Francisco de Melo Neto é professor da Universidade Federal da Paraíba, com experiência na área de Educação promovendo a interdisciplinaridade. Em Educação Popular, desenvolve atividades nos seguintes campos: Fundamentos Filosóficos e Análises de Experiências da Educação, em Educação Popular nos Movimentos Sociais e em programas e projetos de Extensão Popular, em especial, aqueles voltados à economia solidária popular.

Sobre os palestrantes do Debate Emergente A Perspectiva do Bem-Viver e a Defesa do SUS: Obstáculos na Atual Conjuntura e Perspectivas de Enfrentamentos

O sociólogo Paulo Henrique Novaes Martins de Albuquerque pretende explorar a importância dos sentimentos confluentes na organização de uma política de cuidados que permita restabelecer os pactos institucionais voltados para o bem viver na saúde pública. Paulo é atualmente professor na Universidade Federal de Pernambuco. Pós-doutor pela Universidade de Paris-Nanterre, Paulo Henrique é Co-fundador do Núcleo de Cidadania e Processos de Mudança da UFPE e  co-fundador da Revista de Estudos Anti-Utilitaristas e Pós-Coloniais. Tem produção acadêmica na área de Sociologia, particularmente nas áreas de Teoria Sociológica e Estudos Pós-Coloniais, Estudos sobre a Dádiva; Sociologia da Saúde e Sociologia do Poder.

Fernanda Lopes é doutora em saúde pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e Consultora proprietária da empresa Niketche: transformando realidades, que atua nas áreas de saúde e direitos humanos, desenvolvimento e equidade racial e de gênero. Fernanda é ainda membro do grupo temático Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

Clóvis Ambrósio é morador da comunidade indígena Malacacheta há mais de 20 anos, mas oriundo da comunidade Tabalascada, e sem dúvida, será uma das presenças mais simbólicas do debate, sendo a memória viva para a atual geração de lideranças indígenas. Clóvis tem lutado pela demarcação das terras indígenas e trabalhou por 40 anos na área da saúde, tendo sido presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Leste de Roraima por mais de dez anos, coordenador regional da Serra da Lua e um dos fundadores da organização e do movimento indígena de Roraima.

Serviço:

Sábado, 28 de setembro de 2019
08:30 – 10:30
Debate Emergente
Epistemologias do Sul, Interculturalidade e Saúde Coletiva
José Francisco de Melo Neto
João Arriscado Nunes
Elisa Pankararu

Domingo, 29 de setembro de 2019
17:00 – 19:00
Debate Emergente
A Perspectiva do Bem-Viver e a Defesa do SUS: Obstáculos na Atual Conjuntura e Perspectivas de Enfrentamentos
Paulo Henrique Novaes Martins de Albuquerque
Clóvis Macuxi
Fernanda Lopes

Associe-se à ABRASCO

Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Pular para o conteúdo